Portugal seguirá aliviando dor da inflação, mas há limites, diz ministro
O governo de Portugal continuará a apoiar famílias e empresas atingidas pela inflação galopante, mas não a qualquer custo, pois as finanças públicas devem permanecer em bases sólidas, disse o ministro das Finanças nesta quarta-feira.
Fernando Medina afirmou a uma comissão parlamentar que o cenário externo está se tornando “mais difícil”, citando o aumento da taxa de juros na semana passada pelo Banco Central Europeu (BCE), que também reduziu a previsão de crescimento da zona do euro no próximo ano para 0,9%, de 2,1%.
Portugal, onde a inflação anual atingiu 9% em agosto, lançou na semana passada ajuda adicional para famílias no valor de 2,4 bilhões de euros, elevando o valor total desse auxílio para 4 bilhões de euros, algo que Medina chamou de enorme esforço orçamentário.
“Vamos até onde podemos. Mas sejamos claros: dada a escala do choque, não há governo no mundo capaz de acabar com esses aumentos de preços”, disse.
“Temos de responder às necessidades do presente, mas não comprometer a nossa capacidade de agir no futuro, caso evolua de forma mais adversa”, afirmou, reafirmando a meta de déficit orçamentário deste ano de 1,9%, após um de 2,8% em 2021, e uma queda na relação dívida/PIB para 120%, de 127,4%.
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