Portugal: Centro-direita ganha eleição legislativa; veja como isso afeta os brasileiros
A Aliança Democrática (AD) de centro-direita, ganhou a apertada disputa na eleição legislativa de Portugal. Com um acoplado de 79 cadeiras na Assembleia da República, a vencedora ficou com 29,49% dos votos.
Segundo Leonardo Trevisan, economista e professor de Geopolítica da ESPM, ainda é cedo para se ter alguma conclusão do tema. No entanto, a Aliança Democrática pode ter dificuldade na aprovação de projetos e orçamentos anuais, visto que há uma coligação formal com os outros partidos que não estão na aliança.
“Também é prematuro dizer se irá melhorar muito as relações com o Brasil e com o Mercosul. Porém, os sinais são muito claros de que a proposta da AD é de maior apoio às pretensões da União Europeia de aproximação com o Brasil e Mercosul, diferente, por exemplo, da posição dos países mais agrários da União Europeia como França e Polônia”, diz.
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Trevisan ressalta ainda que a proximidade do Brasil nas relações comerciais com Portugal são muito sólidas. “Portugal pensa em novas propostas de mudança do processo energético dado o alto preço do petróleo e gás russo. O Brasil tem sim uma possibilidade de maior adesão à realidade comercial de Portugal com aliança democrática”.
Portugal: Os brasileiros serão afetados?
Segundo Wilson Bicalho, advogado especialista em imigração e CEO da Bicalho Consultoria Legal em Portugal, a última eleição deu “uma guinada no país”. No entanto, para alegria dos brasileiros que já possuem um visto ou que já tenham residência no país, a eleição “não afeta praticamente nada”.
“Quanto aos novos imigrantes, é claro que deve ser observado, ainda com mais rigor”, afirma.
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Fábio de Andrade, professor de Relações Internacionais da ESPM, aponta a coalizão de formação do gabinete de governo, como um ponto importante para se atentar, visto que, caso o partido extrema-direita efetive a ideia, o Brasil terá dificuldades em realizar acordos com a União Europeia.
“O cenário deixado pelas urnas é complicado e os próximos meses serão essenciais para saber se há espaço para a criação de um governo estável, ou se o país terá de realizar novas eleições. Pois, diferentemente do Brasil, o país europeu vive sob um regime semipresidencialista, no qual o primeiro-ministro é o chefe do Executivo e o presidente é o chefe de Estado”, conclui.