Porto Seguro quer provar com plano ambicioso que pode ganhar mais relevância em mercados estratégicos
A Porto Seguro (PSSA3) já mostrou que sua atuação no mercado de seguros vai além de veículos. Agora, com Bruno Garfinkel presidindo o conselho de administração, a companhia deve se esforçar para manter sua posição no setor ao mesmo tempo que busca crescimento em linhas de negócio com grande potencial para destravar valor.
Garfinkel conversou recentemente com a equipe de análise do BTG Pactual (BPAC11) e deu detalhes sobre o seu plano ambicioso de alavancar o poder de marca da companhia. De acordo com o executivo, a empresa quer fazer jus ao nome e ser o “porto seguro” para os clientes.
A administração traçou uma estratégia de crescimento para os próximos cinco anos. O principal objetivo do plano é dobrar o número de clientes em seguros de veículos – uma tarefa desafiadora, na visão do BTG, tendo em vista que a empresa é líder no segmento e, portanto, encontrará dificuldades de expandir a base.
“Para aumentar o número de clientes, a Porto Seguro precisa ser mais do que uma seguradora. Hoje em dia, clientes têm mais informação por conta do desenvolvimento da tecnologia. Isso requer uma mudança na cultura, de uma visão centrada no negócio (com linhas altamente lucrativas) para uma abordagem mais centrada no consumidor”, destacaram os analistas Eduardo Rosman e Thomas Peredo.
Mercados para explorar
Além do seguro de veículos, a Porto Seguro conta com outras verticais que estão longe de virar número um em seus respectivos segmentos, o que cria grandes oportunidades à companhia.
Os seguros de saúde, por exemplo, têm o maior potencial para destravar valor. Segundo Garfinkel, o desenvolvimento da tecnologia e a redução de restrições regulatórias para a telemedicina devem permitir à Porto Seguro participar do próximo movimento disruptivo da indústria de saúde (a última foi a estratégia de verticalização).
No momento, a companhia está desenvolvendo um aplicativo para fidelizar os clientes do segmento. Recentemente, a Porto Seguro lançou o Porto Cuida, um serviço de assinatura voltado para a população de baixa renda.
Os serviços financeiros são outra vertical da seguradora. Esta categoria já está crescendo bastante, tanto que sua participação no lucro da empresa supera 40%.
Após ouvir Garfinkel, o BTG adotou uma visão mais positiva sobre a Porto Seguro. No entanto, a recomendação neutra foi mantida.
“Os investidores provavelmente vão querer ver mais ação antes de incorporar um crescimento mais forte no valuation”, afirmaram Rosman e Peredo.
O preço-alvo indicado pelos analistas para os próximos 12 meses é de R$ 62.