Porto Seguro: chances de dobrar base de clientes em 5 anos aumentam com reestruturação
A Porto Seguro (PSSA3) realizou na semana passada uma teleconferência para anunciar uma nova estrutura organizacional, dividida em quatro verticais: Seguros, Saúde, Serviços Financeiros e Serviços de Assistência. O evento também serviu para Roberto Santos, CEO da companhia e agora diretor de Relações com Investidores, estreitar as relações com o mercado.
Até o segundo semestre, cada vertical da nova estrutura organizacional da Porto Seguro terá, além de equipe e metas próprias, um diretor executivo responsável, oferecendo mais autonomia e agilidade na condução dos negócios – o que deve levar a mais resultados pela companhia.
Na vertical Seguros, a Porto Seguro enxerga oportunidades no mercado, inclusive algumas criadas pela pandemia de Covid-19. Na categoria residencial, por exemplo, a empresa vê uma tendência de crescimento pelo fato de as pessoas estarem mais em casa. O seguro de vida individual também é uma via de crescimento e deve compensar a queda do seguro de vida coletivo.
Em Saúde, a Porto Seguro quer construir uma estrutura com foco em gestão médica e vendas usando recursos tecnológicos. A empresa também tem planos de expandir as operações, deixando de atuar apenas nas áreas metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro.
A vertical Serviços Financeiros será focada na digitalização. A companhia pretende lançar sua conta digital ainda no primeiro semestre, além de novos produtos, como o sistema de cashback.
Por fim, na parte de Serviços de Assistência, a Porto Seguro quer investir em um novo braço e transformar o modelo atual em um ramo de negócios.
Segundo a XP Investimentos, a reestruturação, combinada com a capilaridade e o “know-how” da companhia, contribuirá para o sucesso das medidas que a Porto Seguro vem adotando como forma de contornar os desafios da indústria.
Para o Safra, a nova estrutura organizacional deve ajudar Porto Seguro a atingir sua meta de dobrar a base de clientes nos próximos cinco anos, além de diversificar suas fontes de receitas.
As duas instituições, no entanto, destacaram que ainda é cedo para tirar conclusões sobre as mudanças anunciadas pela empresa. Por esse motivo, a XP manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 57 para as ações.
O Safra, por ver que os papéis estão sendo negociados a múltiplos bastante atrativos (10 vezes P/L [preço sobre lucro] e 1,7 vez P/VP [preço sobre valor patrimonial] para 2021), reiterou a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) e preço-alvo ao fim de 2021 de R$ 67.