Agronegócio

Porto catarinense recebe navio ‘gigante’ para carregar madeira e carnes

16 jun 2020, 20:40 - atualizado em 16 jun 2020, 20:40
Exportações Portos Comércio
A maior disponibilidade de contêinerers no complexo catarinense, o segundo maior em movimentação de cargas “conteinerizadas”, potencialmente favorece exportadores de carnes (Imagem: Reuters/Fabian Bimmer)

O Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes, em Santa Catarina, recebeu nesta terça-feira o maior navio que já atracou na costa brasileira para trazer contêineres vazios e partir carregando madeira e carnes de frango e suína.

Com 347 metros de comprimento, 45,2 metros de largura (boca) e capacidade para 10.789 TEUs, o APL Paris terá atracação única na América Latina, no terminal da Portonave, segundo informações da Associação Brasileira Terminais de Contêineres (Abratec).

O diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, disse à Reuters que este tipo de embarcação traz muitos contêineres vazios, um reposicionamento para suprir a necessidade regional.

“Uma das principais demandas que temos aqui é para carnes congeladas. Já tivemos problemas com falta de contêineres para carga refrigerada, mas (atualmente) está equilibrado. Não tem sido um gargalo para exportação”, afirmou.

Em meados de março, contêineres enviados à China demoraram mais que o esperado para retornar ao Brasil, devido a medidas de controle do novo coronavírus no país asiático, e desencadearam a redução de abates entre frigoríficos brasileiros.

A maior disponibilidade de contêinerers no complexo catarinense, o segundo maior em movimentação de cargas “conteinerizadas”, potencialmente favorece exportadores de carnes em momento de forte demanda pelo produto nacional, especialmente da China.

Ainda de acordo com a Portonave, um navio “gigante” como o APL Paris representa um ganho significativo de escala ao Terminal de 2,2 mil contêineres na comparação com outros navios.

O APL tem capacidade para 7,2 mil contêineres no total, enquanto os demais, que chegam a até 300 metros, têm capacidade para 5 mil contêineres.

“Essa pode ser uma diferença significativa para um porto que importa químicos, plásticos e derivados, têxtil e maquinários, e na exportação (opera) com madeira, carnes congeladas e derivados.”

A atracação do navio “gigante” foi possível graças à conclusão de melhorias logísticas e obras na Bacia da Evolução.

Desde então, o complexo está apto para receber navios de até 350 metros de comprimento por 48,50 de boca, disse Castilho.

O próximo passo é executar a segunda etapa de obras na nova Bacia de Evolução, para atender navios de até 400 metros de comprimento e 65 metros de largura.

Segundo a Portonave, há previsão de que a União invista aproximadamente 250 milhões de reais, conforme Plano Plurianual do Ministério da Infraestrutura, de 2020 a 2023, no acesso aquaviário que atende a terminais públicos e privados.

A obra está projetada e licenciada ambientalmente, mas não há qualquer previsão de início dos trabalhos até agora.

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