Portfólio da Takeda trará margens maiores para Hypera
A aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a compra do portfólio da Takeda na América Latina pela Hypera (HYPE3), tão aguardada pelo mercado, finalmente chegou. Sem surpresas, o órgão aprovou por unanimidade a aquisição dos produtos Takeda pela farmacêutica brasileira.
A decisão do Cade veio, no entanto, com restrições. A Hypera precisou se desfazer do medicamento Xantinon, que vendeu para a União Química Farmacêutica Nacional em setembro do ano passado.
A permissão do órgão fez com que o time de análise da Ágora Investimentos ficasse ainda mais otimista com a Hypera, uma vez que o movimento é importante para a companhia.
“[A Hypera] terá produtos que deverão trazer margens maiores e maior consolidação do mercado de medicamentos OTC (isentos de prescrição)”, afirmaram os analistas Fred Mendes e Flavia Meireles.
Outro motivo que deixa a Ágora positiva com o nome é que a ação está sendo negociada com desconto (múltiplo de 14 vezes P/L [preço sobre lucro] estimado para 2021 contra a média do segmento de 32 vezes P/L).
Ainda assim, a corretora decidiu manter a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 38 para o papel.
“O que nos mantém neutros é a longa espera que vemos na investigação de pagamentos ilícitos que ocorreram no passado”, explicaram os analistas.