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Porsche aposta em ricos da Índia para impulsionar carro elétrico

15 dez 2019, 14:17 - atualizado em 13 dez 2019, 12:21
As vendas de automóveis na Índia – onde veículos mais limpos ainda não ganharam terreno no setor – estenderam o maior período de perdas já registrado em novembro (Imagem: Krisztian Bocsi)

A Porsche planeja começar a vender o modelo elétrico Taycan na Índia em 2020, com a aposta que indianos ultra-ricos estarão dispostos a gastar até US$ 370 mil em um carro elétrico para aumentar sua credibilidade nas ruas.

As tarifas da Índia deixam os carros de luxo importados cerca de 2,5 vezes mais caros do que o preço na Europa, uma razão citada por Elon Musk para ignorar o mercado até agora. Mas isso não desencoraja possíveis compradores, disse Pavan Shetty, diretor da Porsche Índia.

O Taycan “abrirá um segmento completamente novo de clientes, que não são apenas proprietários de carros esportivos, mas proprietários de carros esportivos que também querem ser limpos e ecologicamente corretos”, disse Shetty em entrevista em Nova Déli.

“Todos queremos ser responsáveis, mas isso é mais frequente entre os ricos, porque têm opção e recursos.”

A Índia produziu milionários no ritmo mais rápido da Ásia em 2017, segundo relatório da Capgemini divulgado no ano passado, mas a economia do país desacelerou desde então e afetou vários setores, desde a compra de carros ao consumo de biscoitos.

As vendas de automóveis na Índia – onde veículos mais limpos ainda não ganharam terreno no setor – estenderam o maior período de perdas já registrado em novembro (queda há 13 meses seguidos), embora veículos utilitários esportivos ainda estejam em alta.

A Porsche, que vende de 350 a 450 carros por ano na Índia, busca ampliar esses números com o lançamento de seu Cayenne Coupe na sexta-feira, que segue o Taycan em julho.

A empresa apresentou o Taycan na China, Alemanha e Cataratas do Niágara em setembro, com um preço inicial, exceto para a Índia, de US$ 150,9 mil e uma possível versão básica por menos de US$ 100 mil. A estratégia destaca o papel central do modelo na meta da controladora Volkswagen de se tornar líder em veículos movidos a bateria.

Musk, o bilionário fundador da Tesla, citou no passado os regulamentos desafiadores do governo como um obstáculo na Índia e aguarda uma isenção temporária de multas por importação e de outras restrições antes de decidir construir uma fábrica local.

Musk disse em março que “adoraria estar” na Índia neste ano ou no próximo, mas um plano concreto ainda não foi anunciado.

“Esse é um problema de Elon Musk”, disse Shetty. “Não pode mudar as leis do lugar. A questão é: você quer fazer negócio ou não? Eu quero fazer negócio.”

“Acredito firmemente que o luxo adota a tecnologia muito mais rapidamente do que os automóveis em geral”, disse Shetty.

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