Por que um passageiro custou US$ 63 milhões para a Uber?
A Uber (UBER; U1BE34) foi processada em US$ 63 milhões nos EUA por um passageiro que ficou tetraplégico após um acidente durante uma viagem. O morador de Boston, no estado de Massachusetts, alegou negligência e “práticas perigosas” por parte do aplicativo.
William Good, um chef de 31 anos de idade, solicitou uma corrida de Uber do restaurante em que trabalhava para casa. Após iniciar a viagem, o motorista que conduzia o carro fez um desvio abrupto e bateu em um carro estacionado.
Segundo os advogados de Good, o passageiro bateu a cabeça no banco da frente e ficou instantaneamente paralisado. Apesar do trauma, o motorista alegou que o passageiro estava bem e insistiu que ele se levantasse, mesmo sem sentir nenhum de seus membros.
A acusação encontrou um longo histórico de má-condução contra o motorista de Good. Foram registradas mais de 20 condenações desde 1996, entre infrações de trânsito e resistência a abordagens policiais.
De acordo com o processo, o motorista deveria ter realizado um curso de renovação de sua habilitação, mas não cumpriu a ordem emitida pelo estado. Para os advogados, a empresa não deveria ter admitido o motorista em sua plataforma sem checar sem antecedentes, o que “representa um perigo para a saúde, segurança e bem-estar da comunidade”.
Os autores da ação justificam o pedido de indenização milionária devido às lesões físicas e emocionais, danos permanentes, dor e sofrimento prolongados causados a William.
Victoria Santoro, advogada do passageiro, declarou ao The Verge que espera que a ação “contribua para o esforço de tornar a Uber mais segura”. A advogada afirmou que o processo não inclui nenhuma acusação contra o motorista do incidente.
Em paralelo ao caso, grupos de empresas de transporte nos EUA tem lutado para que corporações como a Uber mantenham um vínculo formal de trabalho com seus motoristas.
De acordo com a procuradora-geral do estado de Massachusetts, Maura Healy, aplicativos de mobilidade urbana evitam a contratação desses profissionais para se esquivarem de suas obrigações legais e não se responsabilizarem pelas ações de seus motoristas.