Por que o Goldman Sachs elevou a recomendação para as ações da Blau Farmacêutica (BLAU3)?
O Goldman Sachs elevou a recomendação de venda para neutro para as ações da Blau Farmacêutica (BLAU3) nesta quarta-feira (18).
O banco também aumentou o preço-alvo de R$ 14,50 para R$ 16 — o que representa um potencial de valorização de 20,4% sobre fechamento da véspera (17).
“Definimos uma classificação neutra por enquanto, pois seríamos mais construtivos se víssemos os lucros continuando a seguir as melhores tendências vistas recentemente”, escreveram os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira, que assinam o relatório.
Nesta quarta-feira (18), BLAU3 opera em queda, em meio a deterioração do mercado doméstico. Por volta de 14h20 (horário de Brasília), os papéis caíam 2,48%, a R$ 12,96, na B3. Acompanhe o Tempo Real.
O banco também manteve a recomendação neutra para Hypera (HYPE3) e Viveo (VVEO3), mas definiriam novos preços-alvo. Os analistas projetam a ação de HYPE3 a R$ 27 no final de 2025 e VVEO3 a R$ 2,6 o papel.
O que está por trás da visão positiva?
Os analistas do Goldman Sachs destacam que o preço das ações subiu cerca de 40% desde o final de junho.
Para o banco, as tendências de lucros do segundo trimestre e do terceiro trimestre foram “bastante convincentes” e propiciaram a forte valorização.
Além disso, a companhia tem superado as estimativas do banco em uma combinação de normalização do mercado no setor farmacêutico não varejista — “impulsionando o crescimento do portfólio maduro e lucratividade orgânica; o desempenho saudável de vendas em produtos em pipeline; e a integração contínua do Laboratório Bergamo mais rápida do que o esperado”.
O que esperar de Blau Farmacêutica
O Goldman Sachs avalia que o “momento mais difícil” da receita bruta já ficou para trás, mesmo com a expectativa de desaceleração no crescimento orgânico para 2025.
Além disso, “à medida que a fabricação na planta de Bergamo aumenta em 2025 (transferência de alguns produtos da Blau + novos lançamentos) e a aquisição melhora (compras de fornecedores conjuntos com a Blau), a unidade deve melhorar ainda mais”, escrevem os analistas.
Eles ainda consideram que a Blau Farmacêutica tem “alguma margem” para aumentar os preços além do reajuste de preços da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para 2025, já que 80% do portfólio de produtos da empresa é atualmente vendido com desconto máximo em relação aos preços de tabela regulatórios.
O banco, porém, afirma que ainda há incertezas de que a Bergamo alcançará as margens brutas no nível da Blau e “quão rápido isso acontecerá”.
A desvalorização do real sobre o dólar também pode trazer “alguns ventos contrários” à lucratividade. Desde janeiro, a divisa norte-americana já saltou mais de 22% ante a moeda brasileira.
Mas, na visão dos analistas, o mercado farmacêutico tem apresentado uma dinâmica competitiva que parece mais benigna em comparação ao período entre 2021 e 2023.