Por volta do ICMS, Tocantins não mata e não negocia boi. Sexta para o 9º frigorífico
Oito frigoríficos do Tocantins pararam nesta quinta (3). O nono fecha amanhã, assim que terminar de abater os bois escalados. Serão 3,5 mil cabeças diárias que deixarão de ser vendidas às unidades do estado, depois que o governo suspendeu os Termos de Acordos de Regimes Especiais (Tare) que isentava do ICMS as operações em um estado deficitário de matéria-prima.
Agora, segundo Gilson Bueno Cabral, presidente do Sindicarnes do Tocantins, na antecipação de 12% do ICMS, um produtor que vender 100 bois tem que recolher 12 para o estado. O acordo foi quebrado sem aviso prévio, de segunda para terça, segundo ele, com o agravante de que todos os gestores do Executivo, tanto do governador, quanto da Secretária da Fazenda, estão em viagem ao exterior “e ficamos à mercê”.
A questão também repercute nacionalmente, com o Grupo Pecuária Brasil (GPB) fazendo duras críticas ao governo estadual.
Sob alegação de adequação financeira diante das finanças frágeis do estado, o governo fez com que as indústrias saíssem das compras até que haja novamente negociações – sobretudo a exclusão novamente do ICMS – o que Cabral não sabe ainda quando poderão ser retomadas.
E se serão.
“Temos capacidade de matar em torno de 2 milhões de cabeças por ano, mas estamos abatendo menos de 1 milhão, o que mostra a defasagem do rebanho”, explica o presidente do Sindicarnes TO.