Sucroenergia

Por ser mais açucareira, usina consorciada do Noroeste paulista adia inauguração para 2020

10 dez 2019, 9:18 - atualizado em 10 dez 2019, 9:39
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Fica para 2020 a nova unidade de açúcar e etanol da região Noroeste de São Paulo (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A boa demanda pela cana no Noroeste paulista e o layout mais açucareiro da antiga usina Everest, que nunca operou, abortaram os planos dos novos sócios de colocarem a unidade para funcionar em 2019. Ficou para a 2020.

A empresa, rebatizada de Usina Aliança, consorciada entre 25 empresários do setor da região de Penápolis, “está praticamente pronta e podemos começar a operar quem sabe até no início da próxima safra”, disse ao Money Times o líder do consórcio, Roberto Egreja. Moeria inicialmente em torno de 300 mil toneladas até alcançar a capacidade de 1,3 milhão/t.

O adiamento deveu-se por razões estratégicas diante da conjuntura do setor.

A cana foi muito valorizada este ano em uma região que teve muito prejuízo com seca e produtividade nas duas safras anteriores – resultando também em muitas plantas em recuperação judicial – daí que as usinas em operação precisaram de muita matéria-prima para dar conta da capacidade produtiva em mais uma temporada etanoleira.

Ao mesmo tempo, ainda segundo o empresário, que também é presidente da Usina Atena (Martinópolis), a Usina Aliança está configurada para iniciar mais açucareira (80% do mix), commodity que atravessou mais um ano depreciada.

Portanto, os sócios preferiram garantir receita vendendo cana para outros e cumprindo contratos.

“Peso mosca” dentro do setor, como o empresário costuma classificá-la, a Aliança inovará por operar com sócios garantidores de matéria-prima, o grande desafio da atividade sucroenergética. E Penápolis tem tradição desse modelo de operação consorciada, pois a antiga e hoje desativada Usina Campestre trabalhou dessa forma, como também teria sido com a Everest se tivesse de fato entrado em atividade.

E com recursos rateados entre os 25 produtores que entraram no esquema, a previsão sempre foi de gastos considerados modestos inicialmente. Ficou entre R$ 20 e R$ 30 milhões.

A Everest era uma usina pronta há 20 anos, mas que nunca entrou em operação. Agora, os pontos chaves da operação estavam em boas condições, como caldeira e moenda, e de acordo com Egreja, os custos se concentram na parte elétrica, interligações e casa de força (inclusive pensando em cogeração de energia), entre outros.