Por que TAEE11, EGIE3 e BEEF3 não foram contagiadas pelo otimismo do Ibovespa nesta terça?
Três ações não foram contagiadas pelo otimismo do Ibovespa no pregão desta terça-feira (11). O índice saltou 4,29%, a 106.214 pontos, e puxou junto todos os papéis listados, com exceção de Minerva (BEEF3), Taesa (TAEE11) e Engie (EGIE3).
No fechamento do dia, os ativos do frigorífico caíram 1,29%, cotados a R$ 9,94. A elétrica TAEE11 perdeu 0,03%, a R$ 33,94, enquanto a EGIE3 zerou os ganhos, a R$ 39,84.
Já o principal índice da B3 subiu após a divulgação da inflação, que avançou 0,71% em março. O resultado veio abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,77%, e é o menor para o mês desde 2020. Além disso, ficou abaixo do teto da meta do Banco Central para 2023, de 4,75%.
Os dados mostram efetividade na política monetária, que contribui para um ambiente econômico estável e passa confiança ao mercado, afirmam analistas.
Minerva pressionada
Quem também saiu perdendo hoje foi o dólar, que passou a operar no patamar dos R$ 5 — o que explica, em parte, a queda dos papéis da Minerva. A baixa da moeda gera expectativa de menores receitas em reais, já que a maior parte vem de exportação, afirma o analista Niels Tahara, da Benndorf.
Além disso, BEEF3 sofreu com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), que apontam queda de cerca de 12% na carne exportada no primeiro trimestre de 2023 (1T23). Tahara explica que o número deve ser refletido em um trimestre fraco para a companhia.
Por fim, o BTG Pactual reduziu em 25% o preço-alvo para Minerva no curto prazo. O alvo foi de R$ 20 para R$ 15.
“Após um conjunto decepcionante de resultados no 4T22, os fracos indicadores de preços e volumes da carne bovina no 1T23, juntamente com a proibição autoimposta do Brasil às exportações para a China e a deterioração do ambiente de negócios na Argentina, devem se traduzir em receita e margens mais fracas no início de 2023”, afirmam os analistas.
Taesa e Engie não acompanharam Ibovespa
Em relação às empresas de transmissão, o analista da Benndorf destaca que são as melhores precificadas na bolsa hoje — ou seja, com menor potencial de alta. Isso porque são mais previsíveis e sofrem menos com o cenário macroeconômico adverso.
Por isso, em movimentos expressivos como o desta terça, com queda nos juros longos e melhor balanço para o IPCA, o setor tende a ser preterido por outros mais sensíveis ao cenário macro, diz Tahara.
Além disso, por ter contratos reajustados na inflação, o índice menor do que o esperado tende a ser refletido em um crescimento mais baixo de receitas para as transmissoras no geral.
No caso da Taesa, em específico, o analista destaca que as ações ainda sofrem com a continuidade da reação ao possível aumento de capital da companhia.
Ontem (10), foi noticiado pelo Brazil Journal que a elétrica estuda captar no mercado entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões em uma oferta de novas ações, para se preparar para participar de leilões de transmissão.