Santander eleva recomendação de Ambev (ABEV3) e vê potencial de alta de quase 30% para a ação por três motivos
Nas revisões de final de ano e com as projeções para 2025 começando a ser esboçadas, o Santander (SANB11) decidiu elevar a recomendação das ações da Ambev (ABEV3) de neutro para compra nesta terça-feira (17).
O banco também aumentou o preço-alvo de R$ 14 para R$ 16 — o que representa um potencial de valorização de 28% sobre o preço de fechamento da véspera (16).
Em reação, ABEV3 figura entre as maiores altas do Ibovespa desde o início do pregão. As ações da companhia terminaram o dia com alta de 2,02%, a R$ 13,10. Acompanhe o Tempo Real.
Ambev: o que está por trás da visão positiva?
Para o Santander, as condições de mercado estão melhorando para a Ambev, já que a Petrópolis, a terceira maior empresa de cerveja do Brasil, está aumentando os preços, perdendo participação de mercado e demitindo funcionários-chave.
Os analistas destacam que, além da deterioração das finanças da Petrópolis, as marcas da Ambev consideradas “fortes” e de maior valor agregado devem permitir que a empresa repasse os custos “com maior facilidade” — o que motivaram a revisão positiva da companhia.
“Acreditamos que a história do patrimônio líquido funciona como uma jogada desalavancada com impulso de lucros e manutenção de uma posição de caixa líquido”, diz o relatório.
O que esperar para o setor em 2025
Na avaliação do Santander, a indústria de cerveja no Brasil está passando por uma “mudança drástica” — resultado da recuperação judicial da Petrópolis.
A companhia é a terceira maior empresa do setor de bebidas, com 15% de participação no mercado (market share).
No início do ano, a Petrópolis adotou uma estratégia agressiva para tentar conter a capacidade ociosa de 50%.
A medida evoluiu para um aumento nos descontos de preço para tentar tirar participação da Ambev e da Heineken no segmento de valor por meio de sua marca Itaipava, destacam os analistas do Santander.
Contudo, a depreciação do real sobre o dólar , juntamente com um forte aumento nos preços do alumínio e a falta de acesso ao mercado, fizeram com que a Petrópolis começasse a ter dificuldades em termos de margem.
“Agora vemos a empresa recuando ao reduzir descontos, focando em suas plantas mais eficientes e operando em um baixo nível de produção. Isso deve levar a um melhor repasse de preços para a Ambev, ao mesmo tempo em que ganha participação”, diz o relatório.
Neste cenário, o Santander acredita que o poder de precificação e as posições sólidas do balanço desempenharão papéis relevantes em 2025, especialmente em um ambiente de inflação de custos e aumento das taxas de juros — com destaque para a Ambev.
Além disso, o banco projeta que demanda por produtos de mercearia seca deve permanecer forte no próximo ano.