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Santander eleva recomendação de Ambev (ABEV3) e vê potencial de alta de quase 30% para a ação por três motivos

17 dez 2024, 16:09 - atualizado em 17 dez 2024, 18:59
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O Santander acredita que Ambev deve repassar os custos com maior facilidade, à medida que o Grupo Petrópolis perde participação do mercado em meio ao processo de recuperação judicial (Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

Nas revisões de final de ano e com as projeções para 2025 começando a ser esboçadas, o Santander (SANB11) decidiu elevar a recomendação das ações da Ambev (ABEV3)  de neutro para compra nesta terça-feira (17). 

O banco também aumentou o preço-alvo de R$ 14 para R$ 16 — o que representa um potencial de valorização de 28% sobre o preço de fechamento da véspera (16).

Em reação, ABEV3 figura entre as maiores altas do Ibovespa desde o início do pregão. As ações da companhia terminaram o dia com alta de 2,02%, a R$ 13,10. Acompanhe o Tempo Real. 



Ambev: o que está por trás da visão positiva?

Para o Santander, as condições de mercado estão melhorando para a Ambev, já que a Petrópolis, a terceira maior empresa de cerveja do Brasil, está aumentando os preços, perdendo participação de mercado e demitindo funcionários-chave.

Os analistas destacam que, além da deterioração das finanças da Petrópolis, as marcas da Ambev consideradas “fortes” e de maior valor agregado devem permitir que a empresa repasse os custos “com maior facilidade” — o que motivaram a revisão positiva da companhia. 

“Acreditamos que a história do patrimônio líquido funciona como uma jogada desalavancada com impulso de lucros e manutenção de uma posição de caixa líquido”, diz o relatório.

O que esperar para o setor em 2025

Na avaliação do Santander, a indústria de cerveja no Brasil está passando por uma “mudança drástica” — resultado da recuperação judicial da Petrópolis. 

A companhia é a terceira maior empresa do setor de bebidas, com 15% de participação no mercado (market share). 

No início do ano, a Petrópolis adotou uma estratégia agressiva para tentar conter a capacidade ociosa de 50%. 

A medida evoluiu para um aumento nos descontos de preço para tentar tirar participação da Ambev e da Heineken no segmento de valor por meio de sua marca Itaipava, destacam os analistas do Santander. 

Contudo, a depreciação do real sobre o dólar , juntamente com um forte aumento nos preços do alumínio e a falta de acesso ao mercado, fizeram com que a Petrópolis começasse a ter dificuldades em termos de margem. 

“Agora vemos a empresa recuando ao reduzir descontos, focando em suas plantas mais eficientes e operando em um baixo nível de produção. Isso deve levar a um melhor repasse de preços para a Ambev, ao mesmo tempo em que ganha participação”, diz o relatório.

Neste cenário, o Santander acredita que o poder de precificação e as posições sólidas do balanço desempenharão papéis relevantes em 2025, especialmente em um ambiente de inflação de custos e aumento das taxas de juros — com destaque para a Ambev. 

Além disso, o banco projeta que demanda por produtos de mercearia seca deve permanecer forte no próximo ano. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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