Por que resultados da Amazon (AMZN) foram aplaudidos pelo mercado (e os da Apple não)
Amazon (AMZN;AMZO34) e Apple (AAPL;AAPL34) divulgaram números de receita e lucro na noite de ontem, encerrando a safra de resultados das big techs neste segundo trimestre.
A empresa fundada por Jeff Bezos bateu as expectativas dos analistas de Wall Street: foram US$ 134,3 bilhões em vendas, crescimento de 11% com relação ao segundo semestre de 2022, e US$ 7,68 bilhões em lucro operacional, salto de 133,3% usando a mesma comparação. A divulgação faz o papel da Amazon disparar mais de 10% em Nova York.
No ano, as ações da Amazon acumulam uma alta de 66,6%.
Já a Apple não inspirou tanto. Os números da big tech vieram ‘raspando’ no consenso de mercado e o papel cai 2% nesta sexta-feira (4). A receita da companhia foi de US$ 84,4 bilhões, marginalmente acima da expectativa dos analistas, mas com desaceleração na principal linha da empresa: a venda de iPhones.
No ano, as ações da maior empresa do mundo subiram 28,1%.
Confira abaixo os destaques de cada balanço.
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Amazon retorna à rentabilidade no 2T23
Missão cumprida para Andy Jassy
Na teleconferência acompanhada ontem por analistas, Amazon apresentou números que indicam crescimento de receita nas principais geografias de atuação.
Nos Estados Unidos, as vendas globais (marketplace, lojas físicas e vendas diretas) aumentaram 11% na comparação anual, totalizando US$ 84.5 bilhões; já no mercado internacional, as vendas cresceram 10%, totalizando US$ 29,7 bilhões.
Mais do que a expansão das receitas nas linhas individuais, Richard Camargo, analista da Empiricus Research, destaca o retorno da rentabilidade da empresa.
Segundo ele, em diversas ocasiões nos últimos trimestres, investidores questionaram se havia valor no e-commerce da Amazon, que mesmo depois de muito investimento ainda apresentava margens operacionais negativas.
Mas essa nuvem carregada de dúvidas pode ter se dissipado com os resultados do trimestre: a Amazon conseguiu apresentar um lucro operacional de US$ 3,2 bilhões nos EUA, seu principal mercado, contra um prejuízo de US$ 627 milhões no mesmo período do ano passado.
“O fim da era Bezos, e a chegada de Andy Jassy (ex-CEO da AWS), implica que o restante da empresa precisaria ser lucrativa, assim como a AWS. Bom, Andy já pode dizer que cumpriu sua promessa.”
Amazon Web Service volta a ter crescimento, após primeiro trimestre com queda
Por fim, Richard Camargo destaca também o Amazon AWS, o serviço de nuvem da empresa que concorre com o Azure da Microsoft e o Google Cloud da Alphabet. A linha anotou um crescimento de 12%, com vendas totais de US$ 22,1 bilhões no trimestre.
“Apesar dos números não serem mais astronômicos como na pandemia, quando a AWS chegou a crescer acima de 40% ao ano, é bom ver o segmento voltar a crescer”, avalia o analista da Empiricus Research.
A divisão, que enfrentou desafios do lado da demanda, com os clientes buscando ativamente maneiras de otimizar seus gastos com infraestrutura e postergando projetos não essenciais, reportou que, no geral, o mercado está de volta ao modo crescimento e em busca de inovação.
Para o terceiro trimestre, a Amazon espera atingir vendas entre US$ 138 bilhões e US$ 143 bilhões, acima do esperado pelo mercado no intervalo mais baixo das estimativas (US$ 138 bilhões).
Apple estacionada
De acordo com análise do time do Itaú BBA, a Apple voltou a apresentar números pouco inspiradores, replicando o comentário feito em relação ao primeiro trimestre do ano.
“Este trimestre foi uma demonstração completa do fraco momento para a empresa”, explica a nota da casa de análises. A empresa apresentou uma receita líquida e margem próximas do consenso de Wall Street.
A ‘empacada’ da Apple se mostrou pela queda no ritmo de vendas de iPhone, que veio ligeiramente abaixo das expectativas dos analistas do mercado. É o quarto trimestre seguido de queda de vendas para a linha.
Guidance pouco animador
“Mais importante, o guidance para o próximo trimestre não foi muito animador”, comentam os analistas do Itaú BBA.
Para os próximos trimestres, a companhia aponta para uma tendência mista em termos da composição de receita da companhia. “A companhia deve trazer uma aceleração na receita com o iPhone e serviços (linhas principais da Apple) mas fraqueza na venda de Macs e iPads, que ainda tentam se recuperar das mínimas”, reporta o Itaú BBA.