Por que Putin pode ser preso, se viajar para o Brasil?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na segunda-feira (11) que o Brasil precisa revisar sua adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI). A fala vem após discursos contraditórios sobre a possível prisão de Vladimir Putin no Brasil.
Durante sua passagem pela Índia, onde aconteceu a 18ª edição da Cúpula do G20, Lula chegou a falar sobre a possibilidade do presidente da Rússia participar da próxima reunião da cúpula, que acontecerá em solo brasileiro, no ano que vem. Em suas falas, ele endossou a vontade em deixar Putin participar da reunião.
Em março, o TPI emitiu um mandado de prisão internacional contra Putin, acusando-o de deportar ilegalmente centenas de crianças da Ucrânia. A Rússia nega ter cometido crimes de guerra e de ter trazido crianças ucranianas à força.
Em entrevista coletiva em Nova Délhi, capital da Índia, Lula disse que caberá ao Judiciário brasileiro decidir se o líder russo será ou não preso caso compareça à reunião do G20 no ano que vem no Brasil.
- Inflação volta a acelerar em agosto; O que esperar da Bolsa? Veja aqui se é hora de aposta na alta do Ibovespa (IBOV), segundo os analistas no Giro do Mercado. Fique ligado em todas as lives: inscreva-se no canal do Money Times!
“Eu vou dar uma pensada nisso [adesão ao TPI] direitinho, mas de qualquer forma é a Justiça que toma a decisão. Se o Putin decidir ir ao Brasil, quem toma a decisão se vai prender ou não é a Justiça, não é nem o governo nem o Congresso Nacional“, disse Lula.
No sábado (9), Lula disse ao programa de notícias indiano First Post que “não há por que” Putin ser preso caso decida vir ao Brasil para a cúpula do G20 no ano que vem. “Pode ir tranquilamente para o Brasil”, disse.
Putin não compareceu às duas últimas reuniões do G20, em Bali e em Nova Délhi, assim como também não foi à reunião de cúpula do Brics – formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – em Johanesburgo. Ele foi representado nessas ocasiões pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
*Com informações da Reuters