Por que Prio (PRIO3) e outras petroleiras menores saíram na frente da Petrobras (PETR4) nesta segunda (9)?
As petroleiras subiram forte na bolsa nesta segunda-feira (9) e impediram o Ibovespa de fechar o primeiro pregão da semana no vermelho, mesmo com o surgimento de uma nova guerra no ano.
Os mercados voltam do fim de semana atentos aos desdobramentos do conflito que se instaura no Oriente Médio, após ataques realizados pelo grupo islâmico Hamas em Israel no sábado. O governo israelense contra-atacou com bombardeios na Faixa de Gaza, elevando preocupações quanto a uma potencial escalada da guerra.
Os temores envolvem principalmente a possibilidade de participação do Irã nos ataques contra Israel. Os mercados seguem em alerta quanto a possíveis sanções ou cortes de produção do petróleo por parte do Irã, o que explica a disparada nos preços da commodity hoje.
Júniores disparam
Petrobras (PETR3;PETR4) engatou uma forte valorização, com as ações ordinárias fechando em alta de 4,10% e as preferenciais computando ganhos de 4,30%. Os papéis preferenciais da empresa estatal atingiram, inclusive, o maior patamar de 2023, a R$ 34,95.
Porém, a sessão foi dominada pelas petroleiras júniores. Prio (PRIO3) e PetroReconcavo (RECV3) saltaram mais de 8%, enquanto 3R Petroleum (RRRP3) viu suas ações subirem 6,01%.
A forte reação das empresas júniores em relação à Petrobras pode ser explicada pelo tamanho delas. Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval, diz que as petroleiras independentes, por serem companhias de menor capitalização, costumam ter uma volatilidade maior na bolsa. Dessa forma, elas sobem ou descem mais que as blue chips.
“As small caps tendem a apresentar um resultado mais expressivo, justamente porque são menores e a capacidade delas de crescer muito em um cenário favorável é maior”, levanta o especialista. Da mesma forma, essas ações acabam sofrendo mais em meio a uma dinâmica negativa, acrescenta.
Petróleo vai disparar?
Apesar da forte reação nos mercados de petróleo nesta segunda, agentes do mercado chamam atenção para a falta de clareza quanto ao caminho que a commodity deve percorrer daqui para frente.
Rodney Ribeiro, economista e assessor na WIT Invest, diz que o cenário de disparada nos preços das commodities ainda é incerto. Há a possibilidade de um aumento devido à escassez vinda da guerra na Ucrânia (e, agora, potencialmente, do conflito no Oriente Médio). Por outro lado, o risco de recessão global assombra os mercados e pode levar os preços para baixo.
Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, diz que, caso haja um conflito direto entre Irã e Israel, o cenário pode piorar ainda mais com o petróleo seguindo trajetória de disparada.
Mollo, do Daycoval, levanta que o petróleo a níveis muito altos, embora tenha impacto positivo para as produtoras do setor, é prejudicial para a economia, pois acaba causando inflação, obrigando bancos centrais a apertarem mais a política monetária em seus respectivos países.
“[Isso] aumenta o custo de capital de terceiros e as ações acabam apresentando lucros menores”, afirma.