Por que os preços do açúcar e do etanol estão ficando atrás do petróleo?
Desde que a Rússia decidiu lançar uma ofensiva contra a Ucrânia, dando início a uma guerra na Europa, as commodities têm vivido um ciclo altista marcado por patamares não vistos há anos – em alguns casos, inéditos.
O petróleo é um dos ativos que mais têm sentido impacto com a crise na Ucrânia. Nesta segunda-feira (7), o combustível fóssil chegou a atingir os US$ 139 o barril, batendo máxima desde 2008.
Outras commodities, como alumínio, carvão e níquel, seguem em trajetória altista conforme crescem as preocupações com o desequilíbrio da cadeia global.
No entanto, algumas commodities acabaram ficando para trás. Analistas do UBS BB destacam que os preços do açúcar e do etanol, por exemplo, não subiram tanto quanto o petróleo.
Isso se deve principalmente à posição do mercado, que aguarda para ver como a política de preços da Petrobras (PETR4) se desenvolverá, explica o banco.
“Vemos preocupações de que o aumento dos preços dos combustíveis possa levar os governos a reduzir os mandatos globais de mistura de biocombustíveis, como foi feito no Brasil e nos EUA nos últimos anos”, avaliam Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos, em relatório divulgado nesta segunda-feira (7).
“Se os preços do [petróleo] Brent continuarem altos, acreditamos que o açúcar e o etanol podem seguir em alguma medida no médio prazo”, completam os analistas.