Por que os fundos imobiliários tiveram a pior semana em três meses?
O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 fechou em queda pelo quinto pregão seguido nesta sexta-feira (10), ampliando a distância da marca dos 2.800 pontos, perdida ontem.
O índice encerrou em queda de 0,12% (após ajustes), aos 2.789 pontos, em dia de volume de negócios na média do visto ao longa da semana.
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O destaque de alta entre os fundos imobiliários ficou com o Capitânia Reit (CPFF11), ao fechar com ganhos de 2,68%, após três dias seguidos de recuo. Perto do fim da sessão, o FII acelerou a alta e ficou com a liderança.
No entanto, quem exibiu a maior alta em boa parte do pregão foi o Versalhes Recebíveis (VSLH11), que fechou com a segunda maior valorização no dia, de 2,57%. O fundo caiu por quatro dias seguidos.
Por outro lado, o Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) fechou com a maior perda entre os fundos que compõem o Ifix, de 3,63%, devolvendo parte dos ganhos de 4,18% no pregão da véspera.
Alta da inflação x fundos imobiliários
Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados de inflação oficial do país e o IPCA acelerou a alta para 0,84% em fevereiro, impulsionado pelo segmento de educação. Em janeiro, o indicador subiu 0,53%.
O sócio e gestor do fundo de crédito da Cy.capital, Danny Gampel, destaca que o resultado teve impacto, principalmente, nos fundos de papel.
“A maioria dos fundos de CRI tem seus títulos indexados à inflação. Isso influencia nos rendimentos aos cotistas, o que é positivo para o investidor”, comenta.
Entretanto, pelo lado das dívidas das incorporadoras, há uma correção com taxas de juros altas e inflação mais alta. “A margem dos incorporadores diminui bastante dada a alta do custo de dívida. É importante acompanhar o mercado e essas dívidas. Essa alta da inflação traz a leitura de avaliar o cenário com mais cautela”, diz.
“Por outro lado, o IPCA mais alto traz uma oportunidade de retorno com dividendos (dividend yield) mais alto aos investidores de FIIs, principalmente, de papel”, reforça.
Destaques da semana
Contudo, o Ifix interrompeu uma sequência inédita em 2023, de três semanas seguidas de alta, e fechou com recuo de 1,16%. Essa foi a maior queda percentual desde dezembro.
O fundo imobiliário Hedge Office (HOFC11) foi o que mais subiu no período, 4,45%. Em contrapartida, o Hectare CE (HCTR11) puxou a fila de seis fundos imobiliários que encerraram a semana com forte desvalorização acima de 10%.
Com isso, o HCTR11 tombou 16,06% entre segunda-feira e hoje, seguido do Devant Recebíveis (DEVA11), com perdas de 14,77%.