Análise Macro

Por que os economistas erraram tanto nas projeções?

19 set 2022, 9:38 - atualizado em 19 set 2022, 9:38
Banco Central Selic
Mercado financeiro errou nas projeções para as principais variáveis macroeconômicas devido a quatro motivos, aponta economista. Saiba quais (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O relatório de mercado Focus, do Banco Central, divulgado hoje, trouxe como novidade a queda na expectativa para a inflação oficial, medida pelo IPCA, ao final deste ano, para alta de 6,00%. Foi a décima segunda semana seguida de revisão para baixo. 

Além disso, o mercado financeiro também revisou para cima a estimativa para o PIB em 2022, que deve crescer 2,65%, de 2% há um mês. Já a projeção para a Selic permaneceu estável, em 13,75%, sinalizando um fim do ciclo de aperto da taxa básica de juros nesta semana. 

Contudo, vale lembrar que, no início do ano, a projeção do mercado financeiro para a Selic era de taxa em 11,75% ao final do ano. Para o IPCA, a estimativa chegou a ser de quase dois dígitos, enquanto para o PIB era de praticamente zero. 

Mas, afinal, por que os economistas erraram tanto nas projeções das principais variáveis econômicas? 

O economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito, aponta ao menos quatro motivos para tamanha imprecisão. O primeiro é que a pandemia da covid-19 afetou a economia de forma desigual.

“A crise foi peculiar, uma vez que não foi ruim para todo mundo ao mesmo tempo”, afirma, em comentário nas redes sociais. Ele lembra que alguns setores despontaram como “vencedores”, com desempenho até melhor do que antes da pandemia, enquanto outros afundaram de vez.

Me dê motivos…

Outro motivo, segundo Perfeito, é a base de comparação. “Ou seja, com os números muito ruins, qualquer melhora já é algo muito bom”, explica. Como exemplo, ele lembra que crescer 2% em relação a um PIB que estava estagnado nos últimos anos faz diferença.

E o mesmo serve para o IPCA que, no ano passado, acumulou alta de mais de 10%. “Logo, subir muito mais fica difícil”, emenda. 

Além disso, o economista cita as medidas adotadas pelo governo. Para ele, tanto as reformas microeconômicas promovidas pela equipe do ministro Paulo Guedes quanto os cortes de impostos nos combustíveis e o aumento do Auxílio Brasil são difíceis de prever. 

“É simplesmente impossível saber o futuro com precisão, entre outros motivos, pelas ações do governo e que não tem como avaliar o impacto até que o impacto realmente aconteça”, comenta. 

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