Por que Oncoclínicas (ONCO3) salta 17%? Capitalização de R$ 1,5 bi é animadora, mas é preciso manter pé no chão
As ações da Oncoclínicas (ONCO3) avançavam 16,91%, a R$ 8,71, às 11h30 desta quinta-feira (23), após anunciar aumento de capital de R$ 1,5 bilhão. A companhia vai emitir as novas ações a R$ 13 cada, o que representa um prêmio de 89% em relação à média dos últimos 30 pregões.
Segundo a Ágora Investimentos e o Bradesco BBI, a capitalização deve ajudar a aliviar as preocupações do mercado sobre a alavancagem e potencial pressão de venda de uma oferta subsequente para levantar dinheiro.
A Oncoclínicas anunciou que a dívida líquida deve atingir 2 vezes o Ebitda anualizado do quarto trimestre de 2024. “Acreditamos que a desalavancagem será impulsionada por uma combinação de geração de caixa e forte melhoria no Ebitda”, avaliam os analistas Marcio Osako e José Rosalen.
Essa recuperação forte é esperada não só no Ebitda, mas também na geração de caixa implícita, após resultados fracos recentes levarem a ação para a casa dos R$ 7. Além disso, os analistas destacam o prêmio significativo que o aumento oferece ao mercado, com Bruno Ferrari também comprando os papéis.
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Em concordância, os analistas do BTG Pactual avaliam que a capitalização “traz mais alívio para o balanço patrimonial”. Também destacam que o guidance para a alavancagem sugere que a companhia está confiante em melhores perspectivas de fluxo de caixa no curto prazo.
No entanto, Samuel Alves, Yan Cesquim e Marcel Zambello não descartam que o consumo de caixa e o endividamento da Oncoclínicas “continuam preocupantes”, trazendo à tona a necessidade de uma injeção de capital privada em meio a este cenário desafiador.
O BTG mantém a recomendação de compra para ONCO3, mas aguarda mais execução antes de ser mais otimista quanto à tese de investimento.
O aumento de capital da Oncoclínicas
Os acionistas da Oncoclínicas têm direito de preferência na operação. Mas ainda que os minoritários não aceitem colocar dinheiro novo na companhia, a capitalização já está garantida.
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Isso porque dois fundos de participações ligados ao Banco Master se comprometeram a injetar R$ 1 bilhão no aumento de capital.
Para isso, o Goldman Sachs, que possui 45% do capital da companhia, concordou em ceder os direitos de preferência aos fundos. Desta forma, o banco norte-americano terá a participação diluída.
Os outros R$ 500 milhões do aumento de capital virão do CEO e fundador da rede, Bruno Ferrari.