Por que o petróleo cai tanto nesta ‘Super Quarta’ de decisões monetárias?
Os contratos futuros de petróleo operam em forte queda nesta ‘super quarta’ de decisões monetárias, contagiados pela aversão que atinge praticamente todos os mercados globais de risco.
Às 15h30, o WTI (referência americana) e o Brent (referência internacional) caem, respectivamente, 2,84%, abaixo de US$ 77, e 3,26%, aos US$ 82 por barril.
O desempenho negativo do Brent é um dos fatores que arrastam as ações da Petrobras (PETR4) para baixo no Ibovespa, o que acaba contribuindo para o pregão expressivamente negativo da Bolsa brasileira.
Aumento de estoques nos EUA é mais de 10 vezes o esperado pelo mercado; reabertura da China em dúvida
Os ponteiros do petróleo estão sobretudo preocupados com renovadas incertezas do lado da demanda. Nos EUA, segundo maior consumidor de petróleo do mundo, a Administração de Informação em Energia (EIA, na sigla em inglês) — que responde ao Departamento de Energia — apontou um aumento de 4,4 milhões de barris no estoque de óleo cru.
Quase doze vezes acima do que esperava o mercado, investidores enxergam no acúmulo do inventário mais indícios de que a economia americana envereda em direção à recessão, puxada, principalmente, pela constrição monetária do Federal Reserve.
A nova decisão monetária do Fed ocorre em poucos minutos (às 16h, no horário de Brasília) e deve confirmar as apostas de um aumento de 0,25 ponto-percentual na taxa de juros dos EUA.
Além dos EUA, os investidores também parecem perder parte da confiança no papel da reabertura da China para um repique do petróleo, mostrando que pressões baixistas também se mantêm sobre o principal consumidor de petróleo do mundo.
Painel da Opep+ endossa atual política de corte
Um painel de ministros da Opep+, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, incluindo a Rússia, endossou hoje o rumo da atual política de produção do cartel. O encontro ocorreu virtualmente e não durou mais do que 30 minutos, informou a Reuters.
A Opep+ concordou em cortar sua meta de produção em 2 milhões de barris por dia (bpd), cerca de 2% da demanda mundial, de novembro do ano passado até o final de 2023 para apoiar o mercado.
Ainda que incertezas sobre a demanda não tenham aparecido como tópico da conversa, investidores leem no compromisso do cartel com a meta de corte a falta de convicção na recuperação do mercado de petróleo em 2023.