Economia

Por que o Itaú vê a Selic a 15,75% em 2025? Dólar e inflação são os culpados

21 jan 2025, 17:21 - atualizado em 21 jan 2025, 17:21
banco central copom selic
(Imagem: Banco Central/Antônio Cruz)

A Selic deve atingir o patamar de 15,75% ao final do primeiro semestre de 2025 e permanecer nesse nível até final do ano, avalia o Itaú. Antes, a projeção do banco para a taxa nesse período era de 15%.

O economista-chefe Mario Mesquita e sua equipe esperam duas altas de 1 ponto percentual (p.p.) nos juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), assim como já indicado pelos diretores. Em dezembro, o Banco Central (BC) deparou-se com piora significativa das expectativas 18 meses a frente, justificando a postura mais firme.

O Itaú projeta mais dois aumentos de 0,75 p.p. na Selic no terceiro e no quarto encontros do ano, encerrando o ciclo. “Da reunião de dezembro para cá, as expectativas no mesmo horizonte já pioraram mais de 20 p.b. Se tal movimento continuar, existe o risco de que o BC não consiga reduzir o ritmo de alta em maio”, dizem.

Segundo os economistas, o real mais depreciado e as expectativas de inflação desancoradas indicam a necessidade de avançar ainda mais em território contracionista. A estimativa para o câmbio em 2025 e 2026 é de R$ 5,90 por dólar, enquanto para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 5,8% e 4,5%.

A equipe do banco espera que o Copom ganhe espaço para cortar os juros apenas em 2026 e veem a taxa a 13,75% ao final do próximo ano. As dinâmicas do real e das expectativas, no entanto, serão cruciais para determinar o tamanho do ciclo.

“Caso haja nova rodada de depreciação da moeda e/ou deterioração adicional das expectativas, não é possível descartar uma extensão do ciclo e eventualmente, uma postergação dos cortes em 2026” afirmam.

Eles destacam, por um lado, que a política monetária mais restritiva deve impactar a economia com mais força a partir do segundo trimestre de 2025. A projeção é de que o Produto Interno Bruto (PIB) feche o ano em 2,2%.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.