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Por que o Inter (BIDI11) despencou mais de 8% nesta terça-feira? É hora de comprar?

12 abr 2022, 17:10 - atualizado em 12 abr 2022, 19:03
Ibovespa, Mercados, Ações
Queda livre: Inter despenca nesta terça-feira (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

As units do Inter (BIDI11) despencaram 8,54%, cotadas a R$ 16,70, no pregão desta terça-feira (12), liderando as quedas do Ibovespa (IBOV).

O principal índice da bolsa de valores fechou o dia em queda de 0,69%, após ter recuado 1,16% no dia anterior.

Em 2022, os papéis do Inter já acumulam uma queda de 41,02%. Só em abril, essa queda é de 20,51%.

Na noite de segunda-feira (11), a instituição financeira divulgou sua prévia operacional do primeiro trimestre do ano. A instituição encerrou o período com 18,6 milhões de clientes, um salto de 82% sobre o mesmo trimestre de 2021.

Além disso, o volume de transações com cartões cresceu 86% na mesma comparação, e encerrou março com um acumulado de R$ 14,1 bilhões.

Mas, afinal, por que as ações estão em queda?

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Por que as ações caem?

Segundo Luiz Carlos Corrêa, sócio e especialista da Nexgen Capital, o Inter continua focando na expansão de abertura de contas, apesar de uma expansão menor no último trimestre frente ao aumento de 106% no 1T21. No entanto, o grande desafio do banco é monetizar em cima dessas novas contas.

“A baixa originação de crédito, o aumento de inadimplência e a estagnação de clientes para investimentos mostram essa dificuldade de monetização”, afirma Corrêa.

No trimestre, as concessões de crédito subiram em ritmo bem menos intenso que os números anteriores, embora ainda na casa de dois dígitos: 22% sobre o início do ano passado, somando R$ 4,5 bilhões.

O especialista explica que as ações do banco caem mais de 5%, porque, com a prévia operacional, os investidores questionam a possibilidade de rentabilidade do banco no médio e longo prazo.

Além disso, o cenário macroeconômico “difícil”, segundo Corrêa, com o aumento da taxa de juros, pode trazer um resultado ainda pior para o banco em crédito e inadimplência nos próximos meses.

É hora de comprar as ações do Inter?

Breno Bonani, analista de mercado da Valor, afirma que o Inter tem um modelo de negócios “muito dependente do cartão de crédito” e, devido à isso, sofre mais no atual cenário econômico.

“Ter essa dependência maior do cartão de crédito em relação aos outros bancos é pior quando o cenário econômico não é positivo, como o de hoje, com inflação e juros em dois dígitos, o desemprego elevado e a renda das famílias que não cresce”, diz o analista.

Na visão de Bonani, com o atual valuation do Inter, as teses de investimentos de Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) são mais atraentes.

O analista diz que, no momento, o Bradesco está muito mais descontado e possui um retorno sobre patrimônio líquido maior. Além disso, o banco tem um mix de produtos e uma base de clientes mais robustos, que o possibilita passar melhor por cenários mais desafiadores.

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