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Por que o Home Office irá acelerar o Everything as a Service?

08 out 2021, 15:38 - atualizado em 08 out 2021, 15:38
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Um caminho sem volta, o trabalho remoto, podem anotar, ainda continuará impulsionando muitos novos negócios, especialmente no segmento de serviços

Quando a pandemia começou não faltaram líderes lamentando o fechamento dos escritórios e torcendo o nariz para o home office. O que não se esperava é que os times ficariam tanto tempo em casa e que, 18 meses depois, o que era em princípio passageiro, virou o novo normal, acelerando o futuro imaginado pela Família Jetsons.

Um caminho sem volta, o trabalho remoto, podem anotar, ainda continuará impulsionando muitos novos negócios, especialmente no segmento de serviços.

Com equipes modulares e horários flexíveis, muitas empresas, especialmente startups, poderão descobrir novas oportunidades de formatar modelos disruptivos ‘as a service’ em mercados até então alicerçados pelo trabalho presencial.

Não dá mais pra chamar home office de tendência. Empresas que não considerarem manter ou ampliar o modelo certamente perderão talentos. Pesquisa da Robert Half confirmou que as organizações que não abraçarem o trabalho à distância não terão a preferência dos colaboradores, principalmente das mulheres – 44% afirmaram que poderiam buscar outro emprego se o home office fosse suspenso contra 31% dos homens.

Outros dados sustentam que o modelo veio mesmo pra ficar. Segundo pesquisa da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) realizada em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), 73% dos brasileiros estão satisfeitos em trabalhar em casa e 78% querem manter a mesma rotina após o fim da pandemia. Já o índice dos que querem voltar pro escritório é de apenas 14%.

Mais ainda, 81% afirmaram que a produtividade no home office é maior ou igual na comparação com o trabalho presencial.

Um outro estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) indicou que o perfil do trabalhador remoto é majoritariamente feminino (56,1%), brancos (65,6%), com Ensino Superior completo (76,6%) e do setor privado (63,9%). Serviços (14,5%), educação (10,3%) e comunicação (7,7%) são os setores com maior presença de profissionais trabalhando em casa nas empresas privadas, enquanto no setor público aparecem administrações públicas (14,4%), empregados dos governos estaduais (13,9%) e empregados do governo federal (7,8%).

Mas vale uma análise mais atenta destes números. Todos refletem um cenário pós-pandêmico, ou seja, são trabalhadores que antes trabalhavam nos escritórios e foram forçados a cumprir suas obrigações em domicílio.

Não são empresas que necessariamente desenvolveram novos modelos a partir da implementação do home office, mas empresas que se adaptaram à nova realidade.

A reflexão que trazemos neste artigo, é o oceano de novos negócios que foram anabolizados ou irão nascer a partir da maior aceitação do formato totalmente remoto.

Já parou pra pensar quantos negócios podem ser criados recrutando um time de talentos que pode trabalhar de qualquer lugar do Brasil e do mundo?

A primeira oportunidade para qual queremos chamar atenção são serviços que possam ser contratados sob demanda, com entregas pontuais e, por isso, custos mais acessíveis.

Se agora posso contar com um profissional por horas e não mais como um colaborador fixo, eliminando custos de infraestrutura física e remunerando por produtividade, por que não formatar novos modelos de negócios que possam ser ofertados “sob demanda”?

Vejam o caso da Home Agent. O mercado de contact center foi desenhado em cima de grandes estruturas físicas para abrigar milhares de posições de atendimento. Neste modelo tradicional, as empresas sofrem com alto ‘turn over’ e baixa qualificação dos atendentes.

Para atacar esta dor, a startup repensou o setor há 10 anos, muito antes da pandemia, e construiu seu negócio 100% em home office não porque era um modelo inovador, mas porque resolvia uma lacuna deste mercado – qualificar o relacionamento e o atendimento aos clientes com maior eficiência, menor custo e alto impacto social.

A propósito, a era do trabalho remoto traz ainda consigo um importante aditivo: maior inclusão e diversidade, já que permite integrar ao mercado profissionais que passaram a ter mais oportunidades na medida em que puderam trabalhar de suas residências, como mulheres com filhos, pessoas com deficiência, idosos e todos que não eram considerados para contratação pelo simples fato de morar longe do trabalho; em outras cidades ou países nem pensar.

Os atendentes da Home Agent têm idade média de 35 anos, 90% são mulheres e 70% têm curso superior, um perfil bem diferente dos profissionais que atuam nas grandes empresas do setor, geralmente jovens no primeiro emprego. Contratar pessoas com estes perfis só foi possível graças, claro, ao home office.

Um outro mercado que vem escalando rapidamente por conta do trabalho remoto é o de Tecnologia da Informação, abrindo portas aos profissionais, inclusive, para atuar para empresas internacionais, ganhando em dólar e construindo carreiras em empresas que nem mesmo têm operações físicas no Brasil.

Uma pesquisa da Vulpi, plataforma de soluções de RH, realizada com mais de 30 mil desenvolvedores de todo Brasil, revelou que 86,58% preferem o home office.

Além da flexibilidade na carga horária, a oportunidade de aumentar os ganhos trabalhando para várias empresas e a inclusão de profissionais até então fora do mercado, o home office oferece um ativo que não tem preço e se tornou um grande benefício extra para o planeta e à humanidade – “tempo e qualidade de vida”, reduzindo o número de horas que passamos no trânsito e, consequentemente, a quantidade de carros, passageiros no transporte público e, excelente notícia, a emissão de carbono.

Nestes novos tempos de anywhere office há ainda muitos outros setores que certamente passarão por transformações decorrentes da possibilidade, de um lado, de profissionais trabalharem de casa e, do outro, das empresas fornecerem toda sorte de serviços em um formato as a service.

Já pensou que negócio disruptivo você também pode criar? Bem-vindo ao mundo do Everything as a Service!

Artigo escrito por Orlando Cintra e Fabio Boucinhas é CEO da Home Agent, empresa de contact center que opera 100% em trabalho remoto

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