Coluna do Market Makers

Por que o dólar pode cair muito mais em 2024

22 dez 2023, 15:02 - atualizado em 22 dez 2023, 15:02

No último episódio de 2023, recebemos ninguém menos que Bruno Serra, portfolio manager da família de fundos Itaú Janeiro.

Ex-diretor de política monetária do Banco Central entre 2018 e 2022 e recém chegado à Itaú Asset, Serra trouxe uma visão bem otimista para 2024 e explicou por que aposta numa apreciação do real frente ao dólar nos próximos meses.

Se você ainda não ouviu o ep. #76, aqui vão 4 bons motivos para escutar ainda hoje:

1. Experiência no BC: Após um “zap” do Roberto Campos Neto combinando uma conversa, Bruno recebeu o convite para assumir a diretoria de política monetária do Banco Central. Pediu uma semana para pensar e respondeu em 2 dias. No BC, Bruno comandou uma das diretorias que liderava o Copom, operação no mercado de câmbio, gestão de reserva, prerrogativa sobre compulsórios e ainda operava o PIX. Em suas palavras “é difícil fazer algo tão relevante para a sociedade como minha posição no BC permitia, colocando seu dedinho numa gestão que faz muita diferença para o país”.

2. Por que ir pra gestora do Itaú ao invés de criar sua própria asset: Existiu aquele período em que dois bons gestores se juntavam, contratavam uma secretária, alugavam uma sala e com um terminal Bloomberg conseguiam tocar uma gestora. Apesar disso, a capacidade de gestão ficava limitada. Por isso, após sair do BC, Serra percebeu que fazia mais sentido se juntar a alguém, acelerando sua curva de aprendizado para gerir riscos de mercado. Com um relacionamento de mais de 15 anos com o banco Itaú, Serra recebeu uma proposta para criar uma “asset independente dentro do Itaú” e aceitou. Nasceu assim a família de fundos Janeiro com aproximadamente R$ 10 bilhões sob gestão.

3. Continuidade do ciclo de corte na Selic: O Brasil passou por um ciclo de reformas importantes que culminaram em crescimento surpreendente desde 2020 e que deve continuar no curto prazo. Em janeiro, Serra estava cauteloso pelo cenário de alta de juros nos EUA e início do ciclo de corte no Brasil, mas de lá para cá externo melhorou e o processo de desinflação já está acontecendo mundo afora e o Brasil, que já vem surpreendendo economicamente nos últimos trimestres, poderá seguir com mais cortes da Selic em 2024.

4. A grande aposta no Real: Na visão de Serra, existe um aspecto relacionado ao desempenho da conta corrente do Brasil que escapou à atenção dos economistas, mas que pode ter implicações transformacionais na interpretação da taxa de câmbio. No seu cenário mais otimista, o dólar pode atingir até R$ 4,20 nos próximos 6 a 9 meses. Por isso, a posição vendida em dólar atualmente é a maior da sua carteira.

Entenda tudo isso com profundidade e descubra a opinião de Serra sobre a recessão nos EUA, ouro e muito mais agora no episódio #76!

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