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Por que o dólar está mais distante dos R$ 4,90?

18 abr 2023, 12:24 - atualizado em 18 abr 2023, 12:24
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Dólar opera em alta nesta terça-feira seguindo exterior e com local atento ao arcabouço fiscal (Imagem: REUTERS/Jo Yong-Hak)

O dólar à vista opera em alta no pregão desta terça-feira (18), invertendo o sinal de baixa exibido na abertura dos negócios. Com isso, a moeda norte-americana está mais próxima da marca dos R$ 5,00.

Por volta das 12h20 (de Brasília), a divisa estrangeira avançava 0,7% frente ao real, cotada a R$ 4,97 para venda. O contrato futuro com vencimento em maio subia 06%, perto dos R$ 4,98. Por outro lado, lá fora, o Dollar Index caía 0,3%, aos 101,7 pontos.

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Dólar perto dos R$ 5 e influência da China

No pregão desta manhã, operadores ouvidos pela Reuters citam compras por parte de importadores após o tombo recente da moeda e retomada de posições defensivas com o ressurgimento de temores sobre o arcabouço fiscal.

“O dólar abriu em queda em reflexo do crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] da China no primeiro trimestre, que veio acima do esperado. Entretanto, já na primeira hora de negócios passou a subir motivado por compra de importadores e movimento de recomposição de posições defensivas”, diz o diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Dados mostraram que o PIB chinês cresceu 4,5% entre janeiro e março ante um ano antes. O resultado superou as previsões de analistas de uma expansão de 4%.

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Portanto, o resultado marcou o crescimento mais forte em um ano, já que o fim das rígidas restrições contra a covid-19 aliviou empresas e consumidores afetados pelos problemas causados pela pandemia.

Agentes importadores costumam aproveitar níveis considerados “baratos” do dólar para ir às compras. Desde a semana passada, a moeda americana opera nos menores níveis desde junho de 2022.

Sendo assim, o que motiva a queda da moeda é em alívio aos temores sobre altas de juros no exterior, pelo nível elevado da taxa Selic e pela redução de temores fiscais domésticos.

O peso do arcabouço fiscal

No entanto, investidores voltaram a adotar maior cautela em relação à nova regra fiscal proposta pelo governo após o jornal Folha de S. Paulo informar que foi inserida no texto uma lista de mais de dez itens que ficarão de fora do novo limite de gastos.

O analista de inteligência de mercado da StoneX, Márcio Rialba, comenta que a notícia dessa exclusão “tira um pouco da credibilidade do programa” do governo para as contas públicas.

Agora, investidores aguardam a entrega do texto da proposta do novo arcabouço fiscal ao Congresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, prevista para esta terça.

*Com Reuters