Por que o dólar caiu para o menor patamar em mais de um ano
O dólar à vista fechou esta segunda-feira (19) a R$ 4,7749 na venda, com queda de 0,96%, no menor valor de fechamento desde 31 de maio de 2022, quando encerrou a R$ 4,7542.
A moeda cede em meio a uma visão positiva dos investidores sobre o Brasil, que passa por processo de queda da inflação, aceleração do crescimento, perspectiva de corte de juros e de mais controle na área fiscal.
Na semana passada, agência de classificação de risco de crédito S&P Global Ratings elevou a perspectiva para o Brasil positiva, avaliando que o arcabouço fiscal será mais frouxo que o teto de gastos mas manterá gatilhos que levarão à melhora das contas públicas.
Nesta sexta, saíram dados sobre a atividade econômica brasileira, que avançou em abril. O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), do Banco Central, aponta que a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,56% no quarto mês do ano ante mês anterior, quando recuou 0,14%.
Os últimos indicadores econômicos divulgados reforçam a perspectiva de que um corte da Selic está cada vez mais próximo de acontecer, o que tem influenciado positivamente a Bolsa brasileira.
Na sexta-feira, a dólar chegou a subir ante o real, interrompendo uma sequência de cinco sessões consecutivas de baixa, com alguns investidores realizando lucros mais recentes.
Nesta segunda, no entanto, a moeda norte-americana retomou a trajetória mais recente de queda já nos primeiros minutos de negócios, com investidores avaliando que o momento é de fato para alta do real.
Dólar vai cair mais?
O analista da Empiricus Research, Enzo Pacheco, disse que “não acha absurdo pensar” em um dólar nos níveis de R$ 4,60 e até de R$ 4,50 nas próximas semanas.
“Não acho que seja impossível. Mas também não acho que seja tão sustentável esse dólar para baixo”, ponderou. Segundo o analista, vide a importância da taxa de câmbio para as exportadoras, a queda do dólar tira a atratividade das empresas exportarem seus produtos.
“Mas ainda vejo espaço para R$ 4,50, que é visto por economistas como um câmbio de equilíbrio. Mas isso, claro, sem crise. Lembrando que qualquer estresse lá fora, a moeda também tem espaço para voltar aos R$ 5,00”, destacou.
*Com Diana Cheng, Flávya Pereira e informações da Reuters