Por que o dólar cai enquanto as moedas da América Latina (incluindo o real) ganham força?
As moedas do México e da Colômbia acumulam uma valorização expressiva até este momento de 2023. De acordo com o histórico dos pesos no Investing em relação ao dólar, os ganhos são de, respectivamente, 15,9% e 17,8%. Na outra ponta, o dólar acumula desvalorização de 7,3% até agora frente ao real.
Kelly Gallego Massaro, presidente executiva da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), explica que, neste ano, a fraqueza global do dólar tem incentivado investimentos estrangeiros em países emergentes, daí a valorização do peso mexicano, colombiano e também do real.
- Como construir patrimônio em dólar? Estratégia de investimento desenvolvida por físico da USP possibilita lucros na moeda americana; conheça aqui
De acordo com Massaro, fatores domésticos também pesam nesses movimentos. Segundo ela, no México, a retomada do turismo aumentou a demanda pela moeda local. Já a Colômbia teve melhora na balança comercial, com avanço das exportações de petróleo e minério de ferro.
“No caso do real, o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos ainda é grande, apesar da tendência de queda da taxa Selic, e tivemos melhora nas perspectivas conjunturais com o andamento da reforma fiscal”, avalia.
- Via (VIIA3) despenca em agosto: O que está acontecendo com a varejista? É hora de fugir das ações? Veja qual é a recomendação no Giro do Mercado, é só clicar aqui para assistir. Fique ligado em todas as lives: inscreva-se no canal do Money Times.
Dólar: os gatilhos para a moeda disparar
Apesar da queda na base anual, alguns gatilhos impulsionam a busca pelo dólar, como a cotação estando abaixo de R$ 5 desde abril e as férias de julho, que corroboraram pela demanda alta da moeda norte-americana.
Segundo um levantamento da Travelex Confidence, a procura pela divisa americana disparou 44% em julho, na comparação com o mesmo período de 2022.
Em contrapartida, a venda de dólar recuou 7% ante junho. No entanto, a demanda cresceu no comparativo com maio deste ano, com avanço de 28%. Em relação a maio de 2022, a venda de dólar foi 58% maior.
*Com Flavya Pereira