Empresas

Ambev (ABEV3): Por que Citi e Santander rebaixaram a recomendação para neutra? 

22 jan 2025, 12:06 - atualizado em 22 jan 2025, 18:35
ambev abev3
Os dois bancos também cortaram o preço-alvo das ações na expectativa de um balanço do quarto trimestre mais fraco e maior competição do setor (Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

A um pouco mais de um mês dos resultados do quarto trimestre, o Citi e o Santander revisaram as estimativas para Ambev (ABEV3)  e rebaixaram a recomendação das ações da fabricante de bebidas para “neutra”. 

Em reação, as ações da companhia operaram entre as maiores baixas do Ibovespa (IBOV). ABEV3 fechou com queda de 2,04%, a R$ 11,02. Acompanhe o Tempo Real.



A Ambev divulga o balanço do quarto trimestre em 26 de fevereiro, antes da abertura do mercado. 

O que explica a revisão do Citi

Na avaliação do Citi, o balanço do período entre setembro e dezembro de 2024 deve vir “morno”, com as operações brasileiras impactadas pelo clima e pela competição “intensa” do setor. 

Segundo os analistas, a companhia enfrenta alguns ventos contrários como volumes mais lentos, ganhos modestos de preços e ventos decrescentes de custos devido às tendências de câmbio e commodities. 

“Além disso, as crescentes pressões competitivas no Brasil, impulsionadas pela Heineken e Petrópolis, restringem o repasse de preços”, escreveram os analistas Renata Cabral, Tiago Harduim e Tomas Dragicevic, que assinam o relatório. 

Eles estimam que os volumes de cerveja cairão 1% na base anual, com um aumento de 2% nos preços, abaixo da inflação. 

Os volumes de negócios de bebidas não alcoólicas (NAB, na sigla em inglês) devem estar sob pressão e trazer ventos contrários de custo devido aos preços de açúcar. 

Já o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) deve somar R$ 8 bilhões e o lucro líquido em R$ 4,4 bilhões. 

Além do rebaixamento para neutra, o banco também cortou o preço-alvo de R$ 14,50 para R$ 11,80 — o que ainda representa um potencial de valorização de 4,90% em relação ao preço de fechamento da véspera (21). 

Para o Citi, o desconto atual das ações em relação aos pares globais pode não ser um catalisador suficiente.

Os motivos do Santander

O Santander também levou em conta a inflação nos custos — que foi impulsionada pela depreciação do real e pelo custo de embalagem —  para rebaixar a recomendação do papel. 

“Estimamos que a perspectiva de custo unitário da empresa para a divisão de cerveja do Brasil, que geralmente é anunciada junto com os resultados do quarto trimestre, aponte para um aumento de 8% ano a ano”, diz o relatório.

O analista Guilherme Palhares, que assina o relatório, espera que o resultado líquido do quarto trimestre fique estável na comparação anual, atingindo R$ 4,4 bilhões. Para ele, o fluxo e inventário no varejo pode limitar ganhos na participação de mercado.

Assim como o Citi, o Santander reduziu o preço-alvo de R$ 16 para R$ 12, o que representa um potencial de alta de 6,66% sobre o preço de fechamento 

O que esperar de Ambev em 2025

Para este ano, o Citi prevê um crescimento de 2% nas receitas na comparação com 2024 e Ebitda estável. 

“Prevemos uma contração da margem Ebitda de 50 pontos-base para 30,7% em 2025, sob pressão vinda dos preços das commodities e do efeito negativo da depreciação da paridade real/dólar no CPV (custo de produção vendida). Prevemos um aumento do lucro líquido de um dígito médio”, afirmam os analistas. 

Já o Santander destaca que Heineken já começou a comissionar uma nova instalação, que deve aumentar a capacidade total da empresa em cerca 10%, chegando a 5 milhões de hectolitros. 

O analista do banco também afirma que a perda de mercado pela Petrópolis, em recuperação judicial, pode representar um potencial de crescimento para a Ambev.  Contudo, esses clientes adicionais devem ser divididos com a Heineken.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar