Por que o Brasil está crescendo mais que o esperado pelo Banco Central?
O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (26) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e indicou que o país está crescendo acima das expectativas da equipe.
No documento, o BC cita um cenário de maior resiliência da atividade econômica do segundo trimestre combinado aos dados positivos do PIB e à inflação ao consumidor com uma “dinâmica corrente mais benigna”.
O Comitê chegou a debater sobre os possíveis motivos que levaram a dados a se manterem positivos e chegou em quatro possibilidades:
- A primeira possibilidade levantada é sobre influência do setor agropecuário direta e indiretamente sobre outros setores na economia.
- Outra possibilidade é que a elevação de renda disponível, seja em função do dinamismo do mercado de trabalho, da queda de preços de alimentos ou de programas de transferência de renda, também tenha fornecido algum suporte para o consumo. Discutiu-se também o possível impacto que poderia ocorrer sobre a dinâmica da inflação de serviços em caso de um crescimento sustentado pela renda e pelo consumo.
- O Comitê levantou também a hipótese de, ainda que com menor impacto sobre variações de curto prazo, seria uma taxa de juros neutra mais elevada.
- Por fim, foi debatido se o crescimento potencial teria se elevado nos últimos trimestres, devido a reformas regulatórias e avanços institucionais.
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Notou-se que cada uma dessas quatro possibilidades tem implicações diferentes para a condução da política monetária. Portanto, elas devem ser observadas com cautela.
No entanto, mesmo com resultados “benignos”, a ata deixa claro que o ritmo de cortes deve se manter igual e não acelerar, como o mercado esperava que acontecesse nas próximas reuniões.
“Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o documento.