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Por que o bitcoin não é uma fraude, e sim algo que você deveria levar a sério

23 maio 2020, 13:00 - atualizado em 22 maio 2020, 17:43
Você duvida do potencial do bitcoin? Então leia este texto e confira por que é uma das tecnologias mais inovadoras dos tempos modernos (Imagem: Pixabay)

A menos que esteja em uma realidade alternativa, você deve ter ouvido falar de bitcoin e de outras criptomoedas, como ether (ETH) e ripple (XRP). Existem até mesmo algumas moedas que foram criadas como uma brincadeira, mas que tiveram muitos investidores, como a dogecoin (DOGE).

Dogecoin, por exemplo, foi criada como uma forma de educar as pessoas sobre como criptomoedas funcionam, mas o criador nunca esperava que fosse usada como uma moeda.

Jackson Palmer, fundador da Dogecoin, disse: “quando eu disse, de brincadeira, sobre ‘investir em Dogecoin’ no fim de 2013, eu nunca imaginei que a criptomoeda de cachorrinho que eu havia apresentado ao mundo ainda estaria por aí […]”.

Aparentemente, investidores asiáticos gostam da dogecoin porque podem ter confundido com “dog e-coin” (algo como “moeda virtual de cachorro”) e investiram em uma criptomoeda favorável a cachorros que é bem popular em alguns países.

Parecem bobos, mas os CryptoKitties ainda continuam sendo um investimento popular entre os colecionares (Imagem: Facebook/CryptoKitties)

Foi como a febre dos CryptoKitties que quase quebrou o blockchain Ethereum em 2017. CryptoKitties é um jogo em que usuários criam e negociam gatinhos virtuais usando contratos inteligentes baseados na Ethereum.

O jogo se tornou tão popular que alguns gatinhos eram vendidos a US$ 80 mil e o valor total do jogo está em US$ $36.751.964,13, de acordo com o site NonFungible. Isso tudo para um jogo que usa criptoativos para criar gatinhos digitais.

Esse mundo de criptoativos é louco, pois poucos entendem, muitos investem e ninguém sabe o que vai acontecer. Todos dizem que essa é uma bolha e que todo o mercado vai quebrar e, ainda assim, cada vez em que o mercado tropeça, ele se recupera novamente.

Na verdade, existe um site excelente chamado 99bitcoins que começou a contabilizar, em 2014, as previsões de que o bitcoin iria sumir. Até agora, contabilizaram 380 previsões da morte do bitcoin e, ainda assim, ele continua crescendo.

De acordo com o site 99Bitcoins, a criptomoeda já morreu 380 vezes (Imagem: 99Bitcoins)

Isso é interessante pois, muitos que acompanham o bitcoin há anos são desacreditados por muitas pessoas, que dizem que ele é uma fraude, que vai falhar, que é algo bobo, subestimando o sistema e que nunca irá funcionar. Ainda assim, funciona.

O bitcoin permite que as pessoas negociem on-line com baixo custo e sem intermediários financeiros envolvidos. Essa é a principal preocupação: o bitcoin e outros criptoativos podem erradicar a necessidade por instituições financeiras.

É por isso que alguns bancos continuam sendo contra criptoativos enquanto aderem às tecnologias que permitem que operem, como o blockchain ou, o termo mais específico, a tecnologia de registro distribuído (DLT).

Grande parte das instituições financeiras estão usando plataformas como Ripple, R3, Ethereum, dentre outras, porque entendem que podem reduzir custos de registrar transações sem interferência humana. Isso pode economizar bilhões aos mercados globais e é uma área ativa de desenvolvimento.

O que temos é uma tecnologia que poderia mudar o mundo e, ainda assim, rejeitamos a comunidade que a criou. DLT é descrita pelo The Wall Street Journal como “uma tecnologia fundamental, como eletricidade e internet, cujo impacto transformacional vai demorar bem mais” — e isso é bem verdade.

Para aqueles que mergulharam na tecnologia DLT, sabe-se que ela pode transformar completamente tudo, desde a criação de esquemas de identidade digital, que irão substituir passaportes e registro digitais de imóveis, substituindo o registro de escrituras em papel de terras e permitindo que a compensação e o acordo aconteçam em uma estrutura bem mais eficaz.

Dubai pretende ser a primeira cidade de blockchain do mundo (Imagem: Pixabay/Tumisu)

Um exemplo é a Bolsa de Valores Australiana que, em dezembro de 2019, se tornou a primeira grande bolsa a publicamente adotar DLT para gerenciar a compensação e o acordo de transações de patrimônios.

O mesmo acontece com Dubai, que se vê como a cidade do futuro, com táxis voadores, policiais-robô e veículos automáticos, e que se comprometeu a ser a primeira cidade de blockchain do mundo.

É aqui que tudo fica bem mais interessante, pois você possui dois extremos: de um lado, o mundo brincalhão dos libertários, que estão brincando com criptoativos e se divertindo; do outro, o sério mundo comercial e governamental, que está comprometido em transformar registros que precisam de muita melhoria para outros que podem ser operados usando DLT, com base em blockchains de criptoativos.

A questão é que você não pode abdicar de um deles. Você não pode fazer Ethereum funcionar sem ether e você não pode usar o blockchain Bitcoin sem um bitcoin.

Assim, as declarações de que o bitcoin é uma fraude e de que criptoativos são uma “bolha” que irá estourar são extremamente inadequadas, pois estamos falando de uma tecnologia fundamental que irá transformar o planeta Terra nesta década.

É por isso que é importante manter seus investimentos em criptoativos, pois há muito o que acontecer antes da tal bolha estourar (se é que um dia vai).