Por que Banco do Brasil (BBAS3) foi melhor que Bradesco (BBDC4) no 3T22?
Diferente do que o mercado acompanhou no balanço do terceiro trimestre (3T22) do Bradesco (BBDC4), o Banco do Brasil (BBAS3) entregou um “excelente resultado”. A principal diferença entre os bancos está na execução da concessão de crédito e nas características da carteira de cada empresa, explica o analista da Benndorf, Niels Tahara.
A carteira do Bradesco está mais voltada para pessoas físicas (PF) e pequenas e médias empresas, com índices de inadimplência baixo. Já o Banco do Brasil possui uma carteira de “melhor qualidade”, com grande exposição ao crédito para o agronegócio, que possui inadimplência baixa.
A Carteira de Crédito Ampliada do BB — que inclui, além da Carteira Classificada, TVM privados e garantias — totalizou R$ 969,2 bilhões em setembro de 2022. Só a carteira de agronegócio do banco expandiu 26,7% em 12 meses.
Além disso, na cobertura para provisões, Tahara ressalta que o Bradesco possui a menor cobertura entre os grandes bancos, enquanto o Banco do Brasil possui a maior.
O trabalho de controle de despesas do Banco do Brasil, com o melhor índice de eficiência da história, e o desconto de valuation excessivo também são destaques.
“Enquanto parte do desconto de Banco do Brasil é explicado pelo risco de governança corporativa, o nível de rentabilidade desse banco está bastante acima do histórico, com um ROE de mais de 21% no 3T22, enquanto o Bradesco entregou 13,5%, o que explica as reações divergentes do mercado aos resultados”, reforça.
Semana de balanços de bancos
A temporada de balanços dos bancos começou na segunda-feira, com o BTG Pactual registrando o maior lucro da história do banco de investimentos.
Já na terça-feira (8), Bradesco reportou um lucro líquido de R$ 5,2 bilhões no período — queda de 22,8% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
Ontem à noite, o Banco do Brasil anunciou que teve lucro ajustado de R$ 8,36 bilhões no período, 62,7% maior em relação ao mesmo período de 2021. O resultado veio acima das estimativas do consenso do mercado.
Para a Ágora, o balanço do BB mostra fortes tendências gerais. “Destacamos que o banco continuou se beneficiando da elevação das taxas de juros e da expansão da carteira. Enquanto isso, as taxas e despesas operacionais continuaram a apresentar um desempenho sólido”, afirmam.
Após o fechamento do pregão local nesta quinta-feira (10), é esperado o resultado do Itaú Unibanco.
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