Por que Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e demais varejistas disparam nesta quinta (25)?
O varejo era destaque de alta na Bolsa brasileira na abertura do pregão desta quinta-feira (25), após o IPCA-15 desacelerar para 0,51% em maio. Às 10h20, o setor valorizava 5,42%.
Os destaques do varejo no dia eram:
- Via (VIIA3): +7,31%;
- Petz (PETZ3): +5,73%
- Lojas Renner (LREN3): +5,71;
- Soma (SOMA3): +5,19; e
- Magazine Luiza (MGLU3): 4,13%.
A inflação menor que o esperado no mês beneficia o setor no pregão de hoje. A prévia do IPCA abriu espaço para a visão de que um eventual corte da taxa Selic virá no segundo semestre do ano, avalia o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi.
Dados do TradeMap apontam que a tendência de queda da inflação é até junho de 2023. Entretanto, o ciclo deve ser seguido por um aumento posterior.
“Isso ocorre porque, entre julho e setembro de 2022, a inflação foi negativa, o que influencia o índice para baixo. A partir de julho de 2023, esses resultados negativos deixam de ser considerados no acumulado de 12 meses, proporcionando uma visão mais realista”, explica o chefe comercial do hub financeiro, Einar Rivero.
Além disso, as ações seguem o movimento otimista do Ibovespa (IBOV). Após três pregões de queda, o principal índice da B3 avançava 1,73%, a 110.679 pontos.
O que esperar da inflação?
De acordo com analistas do mercado, o IPCA-15 de maio veio bem melhor que o esperado. Os dados do TradeMap, inclusive, indicam que o ponto mais baixo da inflação deve ser alcançado em junho de 2023, com o IPCA fechando em 3,80% ao ano (a.a.).
A partir de julho, o indicador deve crescer, atingindo o ponto mais alto em setembro de 2023, com 6,14% ao ano.
Entretanto, de outubro a dezembro, são esperadas novas quedas, fazendo com que a inflação feche o ano com 5,79% a.a. — valor superior à meta estabelecida de 4,75% a.a.
Vale comprar Magazine Luiza e demais varejistas?
O analista da Ativa, Pedro Serra, afirma que o varejo pode ser atraente no ano, devido ao movimento positivo da Bolsa, que “deve durar mais um pouco”. No entanto, no longo prazo, a casa de análise é mais “reticente”.
Já o economista e professor da Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), Denis Medina, afirma que o momento não é positivo para se posicionar em setor. “Tem que esperar passar a turbulência”, afirma.
Para Medina, dentro de varejo, as opções que têm um futuro próspero e conseguem se manter mais estáveis em cenários de instabilidade são as de consumo básico. “Quando tudo vai mal, tudo que é supérfluo fica para trás e você vai no consumo básico”, diz.
Assim, o ramo que se salva, de acordo com Medina, é o alimentício. Entre os destaques, estão os supermercados, como Pão de Açúcar (PCAR3), Carrefour (CRFB3) e Grupo Mateus (GMAT3).