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Por que lá fora sobe firme e o Ibovespa não?

28 set 2022, 15:50 - atualizado em 28 set 2022, 15:50
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Bolsa brasileira é a única que sobe no ano em moeda local e dólar, comenta operador (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

Ao olhar para a tela de cotação do pregão desta quarta-feira (28), muitos investidores devem estar se fazendo a mesma pergunta: afinal, por que as bolsas de Nova York estão subindo firme hoje, enquanto o Ibovespa patina

A resposta para esta pergunta também está nos números, mas não apenas do dia. “A nossa bolsa é a única que sobe no ano em moeda local e dólar”, responde um operador sênior de renda variável de uma corretora nacional. 

Olhando para a tela, ele cita a valorização de 3,73% do Ibovespa no acumulado do ano até o início da tarde, em moeda local. Já em moeda estrangeira, a valorização do principal índice acionário brasileiro é de 8,48%. 

Enquanto isso, os três principais índices acionários norte-americanos amargam perdas expressivas. O Dow Jones e o S&P 500 caem cerca de 20% cada em 2022, enquanto o tombo do Nasdaq desde janeiro encosta em 30%.

Real resiliente

Daí então que o desempenho das moedas também é importante. Afinal, enquanto o dólar ganha terreno de forma generalizada em relação aos rivais, o real tem resistido bravamente.

“Entre as principais moedas, só duas sobem em relação ao dólar no ano”, ressalta o mesmo operador citado acima, ainda olhando para o gráfico na tela. 

Na liderança está o real, com valorização de pouco mais de 6% desde janeiro. Mais atrás vem o peso mexicano (+1,73%).

Para o profissional, as operações de carry trade em meio à atuação na vanguarda do Banco Central ao subir a Selic, a valorização nos preços das commodities e o fluxo dos investidores estrangeiros para as ações brasileiras explicam essa resiliência do real. “As commodities ajudaram na balança e o ‘gringo’ também vem atrás de juros”, afirma.

Eleições travam no curto prazo

De qualquer forma, a proximidade do primeiro turno das eleições presidenciais, no domingo (2), trava os negócios locais. “A eleição está pegando nos ativos por aqui”, comenta o experiente operador. 

Porém, passado esse fator de curto prazo, ele lembra que o desempenho dos mercados internacionais está mais defasado quando comparado aos ativos brasileiros. E alerta, em caso de nova turbulência vinda do exterior: “Aqui tem mais gordura (para queimar)”, conclui. 

Faltando menos de 1h30 para o fim do pregão, o Ibovespa andava de lado, com alta de 0,18%, ainda abaixo dos 109 mil pontos. Enquanto isso, em Wall Street, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiam ao redor de 1,5%, cada.

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