Por que Itaú (ITUB4) segue como a melhor ação do setor após 2T23
O Itaú Unibanco (ITUB4) segue como a preferida do setor entre analistas após a divulgação do balanço do segundo trimestre, que apontou um lucro líquido recorrente gerencial de R$ 8,7 bilhões, equivalente a um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 20,9%.
Segundo analistas, o resultado foi marcado por dinâmicas similares aos dos trimestres anteriores, com a carteira de crédito ainda equilibrando expansão e rentabilidade diante de um ciclo de desaceleração, com inadimplência sob controle.
Para o BB Investimentos, o Itaú continua entregando rentabilidade com algum crescimento, ainda que diante de um contexto de desaceleração do setor. “Apesar da carteira de crédito classificada ter vindo 1,7% menor no 2T23 ante o 1T, a variação anual ainda registra +4,4%, aquém do mercado no período (8,9%) mas ainda em território positivo”, disse.
Compensando o crescimento modesto, as receitas de crédito (margem com clientes) se expandiram 13,4% na base anual, fruto de um mix incrementalmente favorável, avaliou o BB em relatório assinado por Rafael Reis e equipe.
Os analistas do banco também destacaram que o Itaú não perdeu o controle da inadimplência, que se agravou modestos 0,1 p.p no trimestre, com a PF – principal foco de calotes no mercado de crédito brasileiro na atualidade – se mantendo estável no trimestre.
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O BB atualizou o preço-alvo para o Itaú a R$ 35,20 para o final de 2024, o que representa um potencial de alta de 26,3%. Já a XP Investimentos segue com estimativa de R$ 34. A corretora, aliás, afirmou que o Itaú mantém uma posição sólida ao reportar Índice de Capital Principal de 12,2%, Índice de Capital Nível 1 de 13,6% e índice de Basileia de 15,1%.
“Embora neste nível vejamos o banco como capaz de aumentar ligeiramente seu payout, vemos a alta administração do Itaú como parcimoniosa e não esperamos nenhuma mudança no futuro próximo”, disse em relatório assinado por Bernardo Guttmann.
A Empiricus Research destacou que as despesas operacionais do banco cresceram de forma controlada, em 4% trimestralmente. Com isso, o índice de eficiência, que relaciona as despesas com a receita total, atingiu uma nova mínima histórica, a 39,6%.
A casa de análises chamou a atenção para a margem com o mercado – que reflete o resultado da tesouraria -, que ultrapassou a marca de R$ 1,0 bilhão, com alta trimestral de 66%, e anual, de 65%. Novamente, bem acima da performance dos demais bancões.
A Empiricus ainda classificou os resultados do Itaú como “sem surpresas”, o que é muito positivo diante do ambiente ainda complexo para o crédito no Brasil, disse. “Esperamos que a performance continue à frente dos pares, que ainda devem levar um tempo para limpar seus balanços”, comentou a analista Larissa Quaresma.