Por que Itaú BBA colocou Cury (CURY3) na reserva e escalou uma construtora listada no Ibovespa?
Faz alguns trimestres que os números da Cury (CURY3) passaram a chamar atenção do mercado e as ações da construtora e incorporadora viraram queridinha de analistas que acompanham o setor.
Na construção civil, Cury, Direcional (DIRR3) e Cyrela (CYRE3) passaram a ser presença constante em carteiras de recomendações mensais, com reiterada classificação de “compra”.
Entretanto, o Itaú BBA colocou a construtora no banco de reservas e escalou para este mês, em seu “radar de preferências”, a construtora Eztec (EZTC3), que integra a carteira do Ibovespa.
Por que trocar Cury por Eztec?
Os analistas do BBA que acompanham o setor destacam que ainda esperam por um curto prazo desafiador do ponto de vista operacional para a construtora paulistana. Porém, eles afirmam que boa parte desse desafio já esteja no preço das ações da Eztec.
“Além disso, esperamos que a companhia seja uma das maiores beneficiadas de movimentos de fechamento da curva de juros, uma vez que a atividade imobiliária de alta renda é dependente da dinâmica de juros básico do país”, comentam.
O Itaú BBA tem recomendação de compra para EZTC3, com preço-alvo de R$ 18, vendo um potencial de valorização perto de 30%.
A Selic, o setor imobiliário e as ações
Ontem, em mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central (BC) manteve a taxa Selic em 13,75% pela sexta vez consecutiva. A decisão do BC, porém, não agradou o setor.
Para a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), a autoridade monetária deveria reduzir a Selic. Já que, segundo eles, juros altos são entraves ao desenvolvimento econômico, social e à geração de empregos no Brasil, além de inibir novos investimentos. A Abrainc defende que o BC adote medidas que elevem o funding ao setor imobiliário.
“Uma delas seria o aumento no percentual de recursos da poupança, que é direcionado obrigatoriamente ao financiamento de imóveis, dos atuais 65% para 70%”, disse a Associação por meio de nota. Outra mudança que a Associação pede é a dedução dos juros do crédito imobiliário no Imposto de Renda.
Vistas por analistas como “descontadas”, as ações das principais construtoras listadas na Bolsa brasileira têm dia positivo. A Eztec, preferência do Itaú em maio, subia 4,6%, perto de R$ 14,90, por volta das 14h05 (de Brasília). A Cury tinha leve alta de 0,2%.
No setor, o destaque do pregão desta quinta-feira (04) é a Tenda (TEND3), após divulgar os resultados do primeiro trimestre deste ano. Os papéis avançavam 11% no horário acima.