Money Times Entrevista

Por que investidores estrangeiros evitam Brasil, segundo diretor do Goldman Sachs

09 jun 2024, 16:00 - atualizado em 09 jun 2024, 15:08
Goldman Sachs
Para o economista do Goldman Sachs, com a taxa dos títulos americanos nas alturas, o Brasil se torna um ambiente pouco atrativo (Imagem: Divulgação)

A visão do investidor estrangeiro sobre o Brasil não está tão positiva, vê o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos. Em entrevista ao Money Times, Ramos classifica o cenário do país como ‘complexo’ e ‘difícil’.

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“O sentimento do Brasil deteriorou um pouco, com essa mudança prematura das metas fiscais, com a própria decisão do Copom dividida, desenvolveu algum ruído, o próprio governo muito investido em aumentar a receita, com pouca vontade de controlar o gasto, o manejo das empresas públicas, Petrobras (PETR4), esse episódio da Eletrobras (ELET6), da Vale (VALE3)”, diz.

Para o economista, com a taxa dos títulos americanos nas alturas, o Brasil se torna um ambiente pouco atrativo para os investidores estrangeiros. Na última sexta, os rendimentos públicos nos Estados Unidos dos títulos de 30 anos subiram 4,549%. Dados fortes do emprego mostraram, novamente, uma economia pujante no país. A bolsa derreteu e o dólar disparou.

“Nesse contexto de algum ruído, bastante ruído na parte fiscal, acabou por acender um pouco o sentimento. Não há, neste momento, grande interesse”, coloca.

Entre 28 de maio e 5 de junho, o mercado de ações brasileiro registrou uma saída de capital estrangeiro de R$ 3,2 bilhões, aumentando a retração acumulada para R$ 37,5 bilhões no ano.

Brasil mal na fita?

Segundo Ramos, apesar de algumas vantagens, como uma energia limpa e potencialmente barata, um país relativamente homogêneo, e que não está em guerra, ao contrário da Europa, o país não é o preferido de investidores.

“O Brasil não aparece muito bem posicionado, se o cara sair da China, ele provavelmente pode ir para a Índia, para a Indonésia, para a Tailândia, para o México, próximo dos Estados Unidos, o México tem um tratado de livre comércio com os Estados Unidos, tem o SMCA, o sucessor do NAFTA, o México tem uma base industrial com muito maior densidade do que o Brasil, são esses fatores que, no final, fazem a diferença”, diz.

No país, vitória esmagadora de Claudia Sheinbaum, apoiada pelo atual presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO), provocou calafrios no mercado financeiro, apesar disso. A bolsa mexicana chegou a cair mais de 10% e o dólar disparou em relação ao peso em reação à ampla maioria que o Morena, partido de Sheinbaum e AMLO, conquistou no Congresso.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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