Por que Ibovespa disparou 2% na semana? Próximo alvo é 114 mil pontos, diz Itaú
O Ibovespa, que iniciou o dia em queda, conseguiu buscar fôlego e fechou em alta de 0,58%, a 110.745 pontos. Na semana, os ganhos foram de 2,10%.
Com isso, a bolsa foi na contramão de Wall Street, que caiu com as atenções voltadas às negociações envolvendo um aumento do teto da dívida norte-americana.
Além disso, em sua fala, Jerome Powell destacou que o Fed ainda busca política monetária suficientemente restritiva.
“Na minha visão, isso mostra que o Fed segue preocupado com a inflação, vendo como importante a vigilância sobre os juros, o que torna pouco provável um corte de juros ainda em 2023, reforçando sim a possibilidade de novas altas, caso seja necessário”, discorre Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.
Dessa forma, afirma, as apostas de que possam subir a taxa em 0,25 p.p. aumentam, e pressionam as bolsas americanas.
Aqui no Brasil, o IBC-Br, sinalizador do PIB calculado pelo Banco Central, recuou 0,15% em março em relação ao mês anterior, menos do que a expectativa em pesquisa da Reuters de retração de 0,30%.
Dados da B3 também mostram que o fluxo de capital externo voltou a ficar positivo, com as entradas superando as saídas em 369,4 milhões de reais em maio até o dia 17, conforme dados que excluem recursos relacionados a ofertas de ações (IPOs ou follow-ons). Até o dia 16, o saldo estava negativo em 378,1 milhões.
O que esperar do Ibovespa?
De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa segue em tendência de alta no curto prazo em direção ao primeiro objetivo em 110.500 pontos. “Acima deste, o movimento de subida deverá continuar em direção aos 114.900 pontos”, coloca.
De acordo com a análise técnica, do lado da baixa, uma realização de lucros deve ocorrer somente se o índice perder o suporte inicial em 108.000 pontos.
“Em resumo, os principais destaques da semana, na minha visão, ficaram em torno da expectativa em volta dos dados americanos e das falas do Jerome Powell, que sinalizou um cenário de juros no patamar atual por mais tempo, com expectativa de alta se necessário, o que assustou o mercado”, diz Idean.
Maiores baixas e altas
Na ponta positiva do Ibovespa, a MRV (MRVE3) se valorizou quase 8% por conta da recomendação do Credit Suisse, saindo de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra).
Um setor todo que ganha destaque no dia de hoje, seguindo o movimento de alta forte de ontem, é o setor frigorífico, com destaque para Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3), e JBS (JBSS3), com altas de mais de 7%.
“A alta foi puxada pelos bons resultados que foram divulgados, e também pela queda no preço do boi gordo, do milho, e da soja, o que deve melhorar a margem operacional dos próximos resultados e que impulsiona as cotações no curto prazo”, coloca Alves.
Na ponta negativa, BB Seguridade (BBSE3) seguiu pressionando o índice após reportar resultado abaixo da expectativa do mercado, que apostava em uma performance financeira melhor da empresa, e isso tem feito as ações caírem nos dois últimos pregões.
Com informações da Reuters