Por que Haddad acha que mercado não entende a reforma tributária
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (21) que o Brasil tem três grandes desafios para enfrentar — o social, o ambiental e o fiscal —, e que as reformas encaminhadas pela equipe econômica miram essas problemáticas.
Na avaliação do ministro, o governo deve conseguir mandar para o Congresso Nacional grande parte das medidas — como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal — ainda no primeiro semestre.
Com isso, a expectativa é que os projetos sejam aprovados nas duas Casas legislativas até o fim do ano.
“Os diálogos estão acontecendo. Passei o sábado e o domingo trabalhando na interlocução para preparar o terreno político para a recepção do novo arcabouço fiscal”, disse em seminário do BNDES.
“Penso que a reforma tributária […] vai avançar na Câmara dos Deputados. Temos total condição de votar [a reforma tributária] entre junho e junho na Câmara e no segundo semestre no Senado”, completou.
Na última segunda-feira (20), Haddad se encontrou com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD), para discutir a nova regra fiscal que vai substituir o teto de gastos. Segundo ele, a recepção dos dois parlamentares “foi muito boa”.
Mercado não está considerando todos os impactos da reforma tributária
Durante sua fala, o ministro Haddad enfatizou que, na sua visão, o mercado financeiro não está considerando os “subprodutos da reforma tributária”.
Segundo o chefe da área econômica, a reforma não vai apenas simplificar o sistema tributário como também trazer justiça tributária e ganhos de evidência para a economia brasileira.
“A reforma tributária já é uma agenda de futuro, que vai nos permitir dar um choque de eficiência na economia […] A reforma tributária junto com as novas regras fiscais vão dar um horizonte para o país tanto de sustentabilidade fiscal quanto de sustentabilidade social”, disse.
Haddad também aproveitou sua participação no evento do BNDES para fazer coro às críticas do governo ao atual patamar do juro básico, que está estacionado em 13,75% desde agosto de 2022. Segundo o ministro, a taxa Selic está “exageradamente elevada” e há espaço para cortes.