Por que fracasso da aquisição da Ōner fez ação da CVC (CVCB3) tombar 14%?
As ações da CVC (CVCB3) lideraram as quedas do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (30). A derrocada de mais de 14% veio após a companhia desistir da aquisição da startup Ōner Travels na sexta-feira (27).
Os papéis da CVC recuaram 14,4%, cotados a R$ 4,40. “A desistência traz uma crise pontual para a ação em dia fraco e com viés de dólar em queda”, explica o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi.
Já Rodrigo Fraga, analista da Guide Investimentos, diz que a compra da startup de venda de passagens seria um “passo relevante para a digitalização almejada” pela companhia.
Ao divulgar o interesse na Ōner, em setembro de 2022, a CVC afirmou que a eventual compra possibilitaria “a adição de canais de distribuição até então não operados pela companhia, bem como agregaria forte cultura digital e de tecnologia”.
O analista ressalta ainda que, mesmo que os valores não tenham sido divulgados pela CVC, a ausência de maiores detalhes sobre o motivo da desistência abriu margem para especulações diversas.
Fraga e Galdi também destacam que a queda de hoje é um movimento de realização de lucros. CVCB3 acumulava alta de aproximadamente 14,5% em janeiro, até o fechamento de sexta (27). Com a notícia, os investidores aproveitaram para realizar parte dos ganhos.
“Hoje, a companhia opera bastante alavancada, e os negócios ainda não retomaram de forma plena, tomando como base o cenário pré-Covid”, diz o analista da Guide.
É hora de comprar CVC?
A Guide sustenta uma visão mais cética para a tese de investimento da CVC.
“Ainda que a recuperação esteja em curso, será um processo lento e provavelmente mais demorado do que vinha sendo sinalizado”, afirma Fraga.
O analista da casa também destaca que é importante avaliar a performance da companhia nos próximos trimestres, que cobrem a alta temporada no Nordeste, fonte de reservas relevante para a CVC.
Na análise da Mirae, o investimento em CVC é válido apenas visando o longo prazo.
Veja o comunicado da CVC: