Por que Elon Musk quer tanto comprar o Twitter (TWTR)?
As polêmicas envolvendo Elon Musk e seu desejo incansável pelo Twitter (TWTR; TWTR34) podem ser novas. Mas essa não é a primeira vez que um grande empresário se vê encantado pela rede social do passarinho azul e tenta adquiri-la a todo custo.
Fundado em 2006, na Califórnia, Estados Unidos, por um grupo de veteranos da indústria de tecnologia, o Twitter nasceu com a proposta de ser um microblog de textos curtos (até 140 caracteres), onde seus usuários poderiam expressar e encontrar mensagens rápidas de amigos e personalidades.
Já naquela época, onde as mídias digitais ainda travavam no braço um espaço no desconhecido universo da internet, a rede social trazia consigo alguns aspectos que até hoje são de grande valia para seus usuários: a facilidade no uso e dinamismo na visualização das informações.
Entretanto, com o passar do tempo, após o crescimento exponencial da rede nos primeiros anos de sua criação, o Twitter passou a ser observado pelo restante da indústria como uma empresa disfuncional e pouco habilidosa comercialmente.
Quando comparada com suas concorrentes, como Facebook, Instagram ou o próprio Snapchat, que caiu em desuso no Brasil, a ferramenta prova-se lenta no lançamento de atualizações, assim como pouquíssimo inteligente para encontrar novas formas de monetização.
Apesar disso tudo, em tempos de intensa efervescência política, como a eleição presidencial norte-americana de 2020 ou as eleições gerais de 2018 no Brasil, o Twitter ganha destaque como palco central do debate público e, por vezes, até mesmo como símbolo da própria liberdade de expressão.
Para Musk, as disfunções do Twitter, assim como sua ampla utilização pelos diversos setores da sociedade civil — desde líderes globais até influencers digitais — é um grande atrativo. É possível que o homem mais rico do mundo veja na empresa um meio simples (e facilmente ajustável) de se tornar ainda mais rico.
A ideia de US$ 43 bilhões de Musk, apesar de potencial, não é de hoje. Empresas como Microsoft, Salesforce, Facebook (atual Meta), Walt Disney e até mesmo o ex-presidente americano Al Gore já tentaram adquirir a empresa. Todos, em algum momento, identificaram que apesar do potencial do negócio, talvez o esforço não valesse a pena.
Para muitos analistas, a história de amor e guerra entre Musk e o Twitter irá terminar com o bilionário detendo a rede social em suas mãos.
Mas nem isso é um consenso para os especialistas.
Para o professor Scott Galloway, por exemplo, apesar da fortuna bilionária de Musk, ele não teria “nenhuma rota viável para financiar o acordo sem colocar as ações da Tesla em risco”, como aponta o Business Insider.
“Ele não pode pagar isso”, disse Galloway aos ouvintes do Pivot, um podcast da revista de Nova York que ele apresenta com a jornalista de tecnologia Kara Swisher. Isso porque, de acordo com estimativas da Bloomberg, a fortuna em dinheiro de Musk é de US$ 2,95 bilhões.
Apesar disso, nesta sexta-feira (22), Musk afirmou que já tem um financiamento de US$ 46,5 bilhões para comprar o Twitter (TWTR).
A afirmação foi feita em um documento regulatório enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês).
No documento, segundo o Wall Street Journal, Musk também disse estar considerando enviar sua oferta diretamente aos acionistas do Twitter, ignorando o conselho. O Twitter disse ao WSJ na quinta que estava analisando a proposta recém-detalhada.
Segundo Musk, cerca de US$ 25 bilhões foram emprestados por bancos liderados pelo Morgan Stanley, Bank of America e Barclays. Outros US$ 21 bilhões seriam pagos em ações, o que, segundo o WSJ, é o equivalente a um adiantamento de uma casa nos Estados Unidos.
O documento aponta que Musk venderá US$ 62,5 bilhões em ações da Tesla (TSLA), o que representa um terço de sua participação na empresa de automóveis mais valiosa do mundo, como garantia para empréstimos bancários.
Para enfim conseguir comprar o Twitter, o empresário terá de ter grande força de vontade para enfrentar um conselho que já dissuadiu grandes nomes do mercado global.
*Com informações de Tamires Vitorio
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