Comprar ou vender?

Por que é hora de vender Casas Bahia (BHIA3)? Genial aponta 3 motivos para deixar ação às vésperas do balanço

02 ago 2024, 16:00 - atualizado em 02 ago 2024, 16:00
casas bahia
Genial Investimentos rebaixa recomendação para Casas Bahia às vésperas do balanço do 2T24 (Imagem: Casas Bahia/Divulgação)

Com a expectativa de mais um trimestre negativo, a Genial Investimentos rebaixou sua recomendação para Casas Bahia (BHIA3) de manter para vender, com preço-alvo de R$ 4 — uma desvalorização de 5% em relação ao pregão de quinta-feira (01).

A varejista divulga seu balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24) no dia 7 de agosto e os analistas da Genial veem o mesmo enredo negativo neste trimestre:

  • oferta de crédito restritiva;
  • fechamento de lojas não rentáveis; e
  • base de comparação pré-reestruturação.

Esses são os fatores que devem continuar pressionando todo o balanço da companhia, desde o menor faturamento até o lucro operacional, uma vez que as despesas não encontram espaço para serem diluídas.

Os analistas destacam que a empresa está atrasada no processo de implementação do FIDC (fundo de investimento em direitos creditórios). Dessa forma, entendem que o grupo tem em mãos um poder limitado para oferecer crédito e, consequentemente, impulsionar as vendas de seus produtos core de alto ticket, como eletrônicos, eletrodomésticos, telas e móveis.

Para o segundo trimestre, a Genial estima um o GMV (volume bruto de maradoria) de R$ 8,8 bilhões, um recuo de 14,5% na base anual e 1,8% na trimestral. Para o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, a nossa estimativa é de R$ 404 milhões (-13,7% no ano), o que implica em uma margem operacional de 6,5%.

Cenário macroeconômico pressiona a Casas Bahia

Os analistas da Genial comentam que os ventos do cenário macroeconômico mudaram, tendo em vista que o mercado precifica uma Selic de curto prazo mantida em 10,50%.

“Vale lembrar que, em nossa estimativa anterior, considerávamos uma taxa de juros em 9,5% ao fim de 2024. E mais, ainda há quem considere que o Banco Central precisaria subir a Selic até o final do ano para lidar com a desvalorização do real nos últimos meses (não é o nosso cenário-base, mas é um alerta que precisamos ponderar)”.

No longo prazo, uma Selic de 12% se torna um desafio ainda maior para o grupo Casas Bahia, uma vez que uma taxa de juros maior que o esperado aumenta a necessidade da companhia em elevar a rentabilidade operacional para que, gradualmente, possa desalavancar financeiramente.

O cenário não é fácil e exige um controle de capital de giro e de Capex ao mesmo tempo, em que concorrentes como Magazine Luiza, Mercado Livre e Amazon fazem investimentos bilionários em tecnologia para conquistar mais o espaço do mercado.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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