Por que credores devem questionar recuperação judicial da Light (LIGT3)?
Os credores da Light (LIGT3), aqueles que concedem crédito à companhia, devem se unir para questionar o pedido de recuperação judicial, de acordo com o jornal Valor Econômico. A decisão da empresa elétrica uniu os interesses dos diversos credores.
O grupo questiona porque a Light não procedeu com a proposta do bilionário Nelson Tanure. O empresário já tem 15% da empresa e sinalizou que faria uma capitalização de R$ 1 bilhão na empresa.
Os credores acreditam que Tanure poderia jogar luz nos problemas da companhias. Ele tem histórico de polêmica em sua trajetória empresarial e costuma investir em empresas em dificuldade financeira e operacional.
Tanure investiu na Oi (OIBR3; OIBR4) e, mais recentemente, na Alliar (AALR3). Especialistas acreditam que a mesma estratégia poderia ser replicada na Light.
Além disso, a capitalização permitiria uma negociação de alongamento das dívidas ou alguma conversão de dívidas em ações, de acordo com eles.
Como a Light afundou em dívidas?
A Light deu entrada em pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro em caráter de urgência na sexta-feira (12).
A companhia virou uma preocupação para o mercado quando anunciou uma dívida de R$ 11 bilhões.
Antes disso, em abril, a empresa ajuizou medida cautelar exigindo a suspensão de certas obrigações financeiras.
Os analistas já vinham apontando a fragilidade financeira da companhia. No ano passado, a Light registrou prejuízo líquido de R$ 5,67 bilhões e tem geração de caixa insuficiente para pagar toda a dívida até o final da concessão de distribuição em 2026.