Comprar ou vender?

Por que Cogna (COGN3) desaba 10% mesmo após 4T23 ‘decente’? Analistas dizem se vale comprar as ações

21 mar 2024, 14:01 - atualizado em 21 mar 2024, 14:21
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Ações da Cogna lideram a ponta negativa do Ibovespa nesta quinta (21). (Imagem: Facebook/B3)

A Cogna (COGN3) reportou resultados “decentes” no quarto trimestre de 2023 (4T23), dizem os analistas do mercado. A companhia teve um Ebitda recorrente robusto, de R$ 551,9 milhões, que contribuiu para a geração de caixa operacional (GCO) fechar o ano em R$ 893 milhões.

“Essa geração mais consistente é importante para o processo de desalavancagem que vem ocorrendo e, com a queda dos juros, pode ter um efeito bastante positivo no lucro já em 2024, mas também em 2025”, diz Pedro Serra, da Ativa Investimentos.

Além disso, as outras empresas do grupo se destacaram. A Vasta liderou a expansão da margem Ebitda, a Kroton teve uma margem estável e a Saber se beneficiou da sazonalidade do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

Entretanto, as ações da companhia não acompanhavam esse otimismo. Por volta das 14h do pregão desta quinta-feira (21), COGN3 liderava a ponta negativa do Ibovespa (IBOV) e recuava 10,04%, a R$ 2,42.



A reação é prejuízo líquido de R$ 373 milhões. Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio, do Itaú BBA, explicam que o número foi impactado por um Imposto de Renda diferido de R$ 434 milhões, que atrapalha a confiança na recorrência de entregar lucros mais consistentes.

A Ativa tem recomendação neutra para as ações de Cogna, com preço-alvo em R$ 3,90. Já o BBA tem indicação outperform (compra) e diz que o preço justo é de R$ 4,50.

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Os números da Cogna no 4T23

A Cogna reverteu o lucro líquido de R$ 76,15 milhões dos últimos três meses de 2022 para um prejuízo de R$ 373,6 milhões no ano passado.

A receita líquida do grupo de educação, por sua vez, cresceu 12,6% no período de outubro a dezembro de 2023 na comparação anual, para R$ 1,9 bilhão. Já as despesas operacionais caíram 4,6% e as provisões para créditos de liquidação duvidosa cresceram 6,9%.

Todas as unidades de negócio — Kroton (+1,7%), Kroton Med (+26,6%), Vasta (+9,7%) e Saber (+59,4%) — mostraram expansão na receita líquida.

O resultado operacional do grupo medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente totalizou R$ 551,9 milhões, alta de 17,1%, com a margem de 28,9%.

A geração de caixa operacional após Capex disparou 282,2% ano a ano, para R$ 240,8 milhões no quarto trimestre, em desempenho que a companhia atribuiu à estratégia “asset light“, com aumento de conversão de Ebitda recorrente em caixa e crescimento do Ebitda recorrente.

*Com informações da Reuters