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Por que Casas Bahia (BHIA3) dispara 31% após pedir recuperação extrajudicial?

29 abr 2024, 15:30 - atualizado em 29 abr 2024, 15:32
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Analistas avaliam o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia como “positivo” (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

As ações da Casas Bahia (BHIA3) disparavam nesta segunda-feira (29), após a companhia entrar com pedido de recuperação extrajudicial. BHIA3 entrou em leilão diversas vezes durante o pregão, e, por volta das 15h30, subia 31,99%, a R$ 7,18.



A dívida da companhia soma R$ 4,1 bilhões. O reperfilamento alonga o prazo médio da dívida de 22 meses para 72 meses e, ainda, reduz em 1,5 ponto percentual o custo médio. Em contrapartida, oferece aos credores a possibilidade de converter parte da dívida em equity.

Os analistas do mercado avaliam o pedido da varejista como “positivo”, pois representa uma melhoria nos fluxos de caixa de curto e médio prazo e diminui os riscos de preocupações com liquidez.

A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI destacam que a recuperação pode melhorar o fluxo de caixa em R$ 4,3 bilhões nos próximos quatro anos. “Isso significa cerca de 8x o valor de mercado atual da BHIA3 de R$ 517 milhões, cujo preço já incorpora a já amplamente conhecida estrutura de capital complexa e situação de fluxo de caixa da empresa”, dizem.

Os analistas Pedro Pinto e Flávia Meireles afirmam ainda que a administração da Casas Bahia pode, agora, ter maior foco e elevar o esforço na execução do plano de transformação sem a distração de resgates significativos de caixa que acontecem no curto prazo.

A XP Investimentos defende o mesmo ponto de vista: “enxergamos o anúncio como um passo importante para a reestruturação da companhia, uma vez que a nova estrutura deixa a empresa em uma posição mais confortável para executar ajustes operacionais”.

Além disso, os analistas destacam que a proposta já foi pré-aprovada pelos principais detentores de títulos da empresa, Bradesco e Banco do Brasil, que, juntos, detêm 54,5% da dívida quirografária.

A recuperação extrajudicial ainda tem escopo limitado e, por isso, não deve impactar outras obrigações com fornecedores e parceiros de negócios, e as operações e obrigações do dia a dia da companhia seguem normais. As três casas têm recomendação neutra para BHIA3.

Os riscos para Casas Bahia

Apesar do otimismo com a recuperação extrajudicial da Casas Bahia, os analistas veem dois pontos de alerta. A possível diluição ligada a conversão das dívidas em ação e a reação dos consumidores ao anúncio são riscos a monitorar, dizem Danniela Eiger e equipe da XP.

Os analistas afirmam que há um potencial de diluição de até 83% atrelada à opção dos credores de converter a dívida em ações, assumindo os preços atuais e nenhum comprometimento dos atuais acionistas.

Além disso, pode haver um potencial impacto na demanda, principalmente online, a depender da percepção dos consumidores a partir das notícias sobre o plano.

Os analistas afirmam que Magazine Luiza (MGLU3) deve ser a mais beneficiada na frente de lojas físicas, embora com o cenário macroeconômico ainda sendo um obstáculo, e Mercado Livre (MELI34) no canal online.

Depois de enviar o pedido de recuperação, a Casas Bahia deve submeter o plano a um Tribunal Judicial na próxima semana, com aprovação prevista para 30 dias.

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