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Por que blockchains são importantes?

13 out 2020, 15:55 - atualizado em 13 out 2020, 15:55
A frase bitcoin, não blockchain é praticamente uma piada na indústria cripto, pois muitos querem aproveitar a tecnologia de registro distribuído (DLT), mas não confiam no potencial do Bitcoin, que deu início a tudo (Imagem: Freepik/geralt)

Confira, neste artigo por Jonathan Otto da Messari, por que o blockchain é importante na interseção entre dinheiro e tecnologia.

Bitcoin, e não blockchain… ou blockchain, e não bitcoin?

Antes da febre do setor de finanças descentralizadas (DeFi) em 2020, o caso de uso abstrato dos blockchains não estava tão claro.

É o processo de depositar dinheiro (na forma de uma stablecoin) em um vault do protocolo Yearn Finance. É o peso de movimentar dólares “reais” para uma caixa-preta.

Não há recurso ali, leis ou tribunais do mundo real para nos proteger. Mas aí está o valor de uma plataforma aberta e computacional como a Ethereum. Não era uma caixa-preta.

É possível inspecionar, manualmente, o código-fonte exato do aplicativo com o qual interagimos. Isso significa que não há necessidade de confiar em uma empresa ou em um governo para nos salvar.

É preciso ter confiança de que o código funciona para estar confiante de que o dinheiro está a salvo. É por isso que blockchains importam. Não é preciso confiar em um terceiro, seja ele uma pessoa ou empresa.

Em vez disso, confiamos no código que podemos ler. Blockchains não são mágicos; são plataformas computacionais confiáveis. São um bloco de construção para a era da informação e devem ser avaliados como tal.

Fabrício Alexandre:
não entende o que é bitcoin e blockchain?
Conheça a analogia das caixas de vidro

bitcoin ethereum
Ethereum pode estar tentando alcançar o Bitcoin em questão de capitalização de mercado, mas tanto o Bitcoin como a Ethereum ainda estão muito no início de seu crescimento e amadurecimento. O tempo irá dizer o vem pela frente para suas comunidades (Imagem: Freepik/fullvector)

Avaliando blockchains

Quando consideramos, de forma abstrata, a Ethereum como uma plataforma computacional confiável e o Bitcoin como uma plataforma computacional confiável e limitada (não é completamente universal), podemos nos sentir confortáveis reconhecendo seus pontos fortes e fracos em busca de um blockchain melhor.

A nossa mentalidade precisa mudar de “qual blockchain é o melhor agora” para “qual tem as propriedades desejáveis e as desvantagens para um caso de uso em particular”.

Com essa mudança sutil de mentalidade, blockchains se tornam mais uma utilidade do que mágica e, de repente, todos os casos de uso em finanças parecem problemas de engenharia de software.

Já que estamos falando de uma forma fria e objetiva, também precisamos distinguir o crescimento de usuários das desvantagens intrínsecas da tecnologia.

Por exemplo, o Bitcoin cresceu apesar de diminuir sua taxa de processamento de transações a favor da descentralização. Ethereum cresceu apesar de uma bifurcação anterior que questionava sua capacidade em manter o “código como lei”.

Além disso, o crescimento do Bitcoin e da Ethereum pode ser mais atribuído à sua comunidade, suas narrativas/histórias, sua cultura e/ou seu fervor religioso.

Bitcoin vs. Ethereum:
criptomoeda vs. supercomputador

Zcash é o 30º criptoativo em capitalização de mercado, que fornece diversos recursos de privacidade, mas Bitcoin e Ethereum continuando sendo as principais criptomoedas e blockchains (Imagem: Crypto Times)

Isso significa que não devemos considerar que seus atuais tributos tecnológicos são desejáveis. Além disso, se a tecnologia realmente importasse, Zcash daria de dez a zero no Bitcoin no quesito utilização e capitalização de mercado.

Essa observação não significa que devemos estar satisfeitos com a norma. É um alerta de que precisamos corrigir nossa preferência em ouvir histórias em vez de escolher a tecnologia correta.

No fim, não podemos nos comprometer em ter uma plataforma computacional barata, rápida, privada, segura, descentralizada e confiável. Todas essas características serão necessárias para sobreviver à falha dos Estados-nação.

Então, se você pode avaliar a tecnologia blockchain de forma objetiva, então você entende que é possível criar uma rede blockchain com quaisquer propriedades necessárias para substituir ativos tradicionais desde os princípios iniciais (assim como o fornecimento projetado para a estabilidade de preço do protocolo Ampleforth).

Por exemplo, caso criemos um instrumento sintético de ouro ou criemos algo com as mesmas propriedades que precisamos para obter a diversificação de portfólio pretendida (talvez algo que seja melhor que ouro)?

A pergunta não é: “o criptoativo $XYZ é correlacionado com ações?”.

A pergunta certa é: “o criptoativo $XYZ foi criado para ser correlacionado com ações?”.

A diferença é entender que blockchains evitam leis, polícia e tribunais e, em seguida, acolhem o potencial de reimaginar o dinheiro e as finanças desde o início.

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