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Por que as ações da Petrobras caíram tanto?

15 mar 2018, 20:23 - atualizado em 15 mar 2018, 20:23

Petrobras

Um resultado trimestral poluído por eventos não-recorrentes, como o acordo para encerrar processo coletivo nos Estados Unidos, que revelou números ligeiramente abaixo do esperado na área de exploração e produção e refino. Como a expectativa era alta diante do preço do petróleo mais caro, houve um toque de decepção.

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Assim os analistas opinaram sobre o balanço da Petrobras (PETR3; PETR4), o que ajuda a explicar o revés de quase 5% das ações preferenciais nesta quinta-feira (15). No ano, os papéis ainda acumulam valorização superior a 33%. Apesar do baque no curto prazo, a perspectiva segue positiva, possivelmente agora com menos perdas não-recorrentes.

Após analisar os números e diante do histórico recente em Bolsa, o BB Investimentos decidiu rebaixar a recomendação para as ações da estatal de “outperform” (expectativa de desempenho acima da média do mercado) para “market perform” (em linha com a média do mercado). O preço-alvo para o fim de 2018 subiu de R$ 18,70 para R$ 23,50.

“Em uma abordagem mais geral, ainda vemos a empresa com boa capacidade de execução em termos de estratégia, concentrando-se em suas áreas principais, estabelecendo parcerias para a área de exploração e produção e aproveitando o impulso positivo para os preços do petróleo”, diz o analista do BB Daniel Cobucci em relatório a clientes.

Filipe Gouveia e Ricardo França, da Bradesco Corretora, veem a ação da Petrobras negociando em cerca de 4,5 vezes o múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre o Ebitda), “abaixo da média dos últimos cinco anos”. Por isso recomendam “compra”, com preço-alvo de R$ 23. Os resultados vieram em linha com as projeções deles, que pedem atenção às negociações da transferência de direitos com o governo, esperada para abril.

A equipe do BTG Pactual, composta por Antonio Junqueira e Daniel Guardiola, também continua com indicação de “compra” aos papéis da Petrobras negociados em Nova York (ADRs). Eles previam um resultado operacional de R$ 15,8 bilhões da área de exploração e produção e refino, ante os R$ 14,8 bilhões reportados pela companhia.

Mais uma vez, nenhum dividendo foi anunciado, porém eles devem estar a caminho, avaliam Junqueira e Guardiola. Eles destacam o fato de a Petrobras propor alterações na política de destinação dos resultados aos acionistas, com a possibilidade de pagamentos trimestrais de dividendos e juros sobre capital próprio.

“Esta parece ser uma boa indicação para 2018. Do ponto de vista do balanço e comparando-o com um prazo mais longo (36 meses atrás), o prazo da dívida está agora em 8,6 anos versus 6,1 anos, com termos mais amigáveis e muito menor alavancagem”, dizem os analistas do BTG.

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