Por que as ações da Marisa desabam 10% nesta segunda-feira (18)?
As ações da Marisa (AMAR3) desabavam 10,15%, a R$ 0,62, ao final do pregão desta segunda-feira (18). O movimento vem após a varejista transferir seu balcão de crédito para Credsystem.
O plano de negócios inicial prevê volume de receita total potencial superior a R$ 7 bilhões e lucro antes de impostos potencial para a Marisa da ordem de R$ 1 bilhão, disse a empresa. A companhia estima captura valor presente líquido de aproximadamente R$ 400 milhões.
A operação é “transformacional” pra varejista, disse o CEO João Nogueira Batista ao Brazil Journal. “O que vamos receber nessa transação dá mais do que temos de dívida de curto prazo.”
A reação negativa do mercado, no entanto, está baseada no fato da venda não incluir a atual carteira de crédito da Marisa, afirma o analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer. A carteira roda com um nível de inadimplência na casa dos 20%.
Além disso, o analista destaca que as ações da companhia, que são negociadas na casa dos centavos, têm “pouca liquidez”. “Qualquer coisa faz os papéis se movimentarem muito”, explica Ferrer.
O negócio entre Marisa e Credsystem
Ao Brazil Journal, o CEO da Marisa disse que o acordo tem a ver com o fato de que não sabem operar banco. “Assim como outros varejistas, tivemos vários problemas com essa operação. Só este ano, a financeira drenou quase R$ 150 milhões de injeção de capital, que era um dinheiro que podia ter ido para o varejo”, ressaltou.
- Vem mais dividendos por aí? A Vivo (VIVT3) quer reduzir capital em até R$ 5 bilhões e esse dinheiro pode ir para o seu bolso em forma de proventos; entenda no Giro do Mercado clicando aqui.
A varejista, então, achou melhor fazer uma parceria com “alguém que saiba fazer crédito”, afirmou. “É gente muita séria, e um casamento que me deixa muito animado.”
Agora com a parceria com a Credsystem, a expectativa da Marisa é de aceleração da concessão de crédito e consequente estimulo de vendas. Além disso, eles esperam ver melhoria na experiência dos clientes.
Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.