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Por que Aliansce Sonae (ALSO3) salta, mesmo com ‘números poluídos’ no 4T22?

24 mar 2023, 14:20 - atualizado em 24 mar 2023, 15:55
Aliansce Sonae Shopping da Bahia
Aliansce Sonae sobe na B3 após divulgar resultados do quarto trimestre e revisar projeções de sinergias na fusão com a BR Malls (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

As ações da Aliansce Sonae (ALSO3) operam em alta no pregão desta sexta-feira (24) e exibem um dos melhores desempenhos do Ibovespa (IBOV), após divulgar os resultados do quarto trimestre e o consolidado de 2022 ontem.

Por volta das 16h (de Brasília), enquanto o IBOV tinha alta perto de 1%, aos 98.803 pontos, os papéis da Aliansce subiam 7%. A alta também se deve ao movimento de correção após recuar 5,8% no pregão de ontem e engatar quatro dias seguidos de queda.

A empresa de shoppings reportou prejuízo líquido de R$ 16,9 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, revertendo o lucro de R$ 115,7 milhões apurado um ano antes. Segundo a ALSO3, o prejuízo foi reflexo dos gastos com o processo de combinação de negócios com a concorrente BR Malls.

Balanço da Aliansce Sonae foi “poluído”

O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, avalia que os efeitos não recorrentes dificultaram a leitura do trimestre de ALSO3.

Com isso, ele diz que, diante de todo o contexto de consolidação dos portfólios de Aliansce Sonae e BR Malls, os números vieram “poluídos” por algumas linhas não recorrentes, prejudicando a comparação anual dos resultados.

A equipe do BTG Pactual que acompanha o setor “achou difícil ler os resultados”, já que tinham muitos ajustes pontuais que foram muito mais alto do que previsto pelo banco.

“Mas isso era, de certa forma, esperado devido ao tamanho da fusão”, dizem os analistas.

Entretanto, o analista da Empiricus comenta que o desempenho operacional da empresa segue consistente. “Acompanhando o bom momento do setor de shoppings”, diz.

Os analistas do BTG Pactual acrescentam que os dados operacionais foram “decentes” no quarto trimestre.

Aliansce Sonae aumenta despesas

O profissional da Empiricus destaca que as despesas gerais e administrativas cresceram 55% na Aliansce Sonae e 59% na BR Malls, que divulgou seus resultados do período separadamente.

Segundo ele, esse resultado foi impactado por efeitos da combinação dos negócios, incluindo um aumento pontual nos custos em função da reestruturação do quadro de colaboradores, evento realizado em dezembro.

“O endividamento, que era um ponto de atenção no início da fusão, mostrou-se controlado após a alienação de diversos empreendimentos ao longo de 2022. Com isso, ALSO3 encerrou o quarto trimestre na casa de 1,3 vez o Ebitda”, observa.

Revisão de projeções de sinergias

A Aliansce Sonae atualizou as projeções de sinergias com a fusão. Agora, a empresa de shoppings estima uma captura de R$ 180 milhões a R$ 210 milhões anuais até o fim de 2028.

No entanto, representa um leve recuo em relação às projeções iniciais, pondera Nabuco. “Desde o princípio [da fusão], temos postura cética em relação a essas projeções”, indaga.

Em contrapartida, a equipe do BTG avalia que a nova orientação de sinergia reforçou o compromisso da empresa em extrair valor da fusão, o que é visto como positivo por eles.

Contudo, o analista da Empiricus chama a atenção para os gastos de mais de R$ 220 milhões, só em 2022, em despesas em decorrência do processo de aquisição, incluindo gastos com honorários de assessores financeiros, legais e consultorias.

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