Por que ações da Mater Dei (MATD3) derretem 11% nesta quinta (20)?

As ações do Hospital Mater Dei (MATD3) derreteram mais de 11% na B3 no pregão desta quinta-feira (20), em reação aos números do quarto trimestre de 2024. O lucro líquido da companhia atingiu R$ 8,3 milhões, abaixo das expectativas de R$ 28 milhões.
Na mínima do dia, MATD3 chegou a cair 11,75%, a R$ 3,53. Os papéis terminaram o dia com baixa de 11%, a R$ 3,56. Acompanhe o tempo real.
A companhia reportou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 77,5 milhões, um recuo de 15,2% ante o mesmo período em 2023.
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A margem Ebitda ajustada alcançou 15,9%, uma queda de 4 pontos percentuais em relação na comparação anual.
Segundo a Mater Dei, a queda de margem no trimestre é explicada por três principais fatores:
- Crescimento da receita de unidades com menores margens operacionais (ramp-up);
- PL da Enfermagem e seus desdobramentos nos custos da companhia;
- Menor diluição das despesas pelo desinvestimento do Hospital Porto Dias.
A receita líquida ficou em R$ 487 milhões, um avanço de 6% na base anual.
O que analistas dizem sobre Mater Dei?
Na avaliação do Itaú BBA, o aumento da receita se deve a uma maior taxa de ocupação na base anual e um ticket médio saudável. Sobre a margem Ebitda, destacam o impacto das despesas operacionais líquidas.
Para Vinicius Figueiredo e equipe, que assinam o relatório, a lucratividade segue pressionada, impactada por um aumento geral nos custos.
A classificação do BBA, no entanto, permanece outperform para Mater Dei, equivalente à compra. O preço-alvo é de R$ 8.
Analistas do BTG Pactual recordam que rebaixaram a recomendação da ação para neutro no ano passado, devido ao fraco momento de resultados e à desaceleração do crescimento.
“Embora consideremos que a venda do Porto Dias reduza riscos no curto prazo para o balanço da Mater Dei, os resultados recentes reforçam nossa visão conservadora e sugerem que a recuperação pode levar mais tempo para se materializar”, pondera a equipe liderada por Samuel Alves.
O banco mantém a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 9.
“Naturalmente, os resultados do 4T devem adicionar uma assimetria negativa às nossas estimativas e ao consenso de mercado”, dizem os analistas.